quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Maranathá! Vem, Senhor Jesus!

Hoje é dia de festa, de júbilo e gratidão a Deus por se fazer um de nós, por nos dar Seu Filho, por desejar fazer uma nova e eterna aliança connosco e nos revelar, de modo radical, o Seu infinito Amor por nós, por cada um de nós. Porém, muitos não o querem receber, recusam todos os apelos que o Senhor constantemente lhes faz fechando-Lhe as portas do coração como outrora os habitantes de Jerusalém que recusaram hospedar a Santíssima Virgem - com Jesus no Seu ventre - e S. José; como, na pior das hipóteses, Herodes a querer destruir a graça operante do Espírito, a procurar com todas as forças e de modo violento arruinar tudo o que é sagrado, aniquilar a presença de Deus em todas as Suas manifestações e de modo particular a Sua presença viva e real.
Mas, graças a Deus, também muitos o querem acolher em seu coração. Como a Santíssima Virgem Maria O querem "dar à Luz" num mundo envolto em trevas e sedento de justiça e santidade; O querem ver e adorar como os pastores ou os Magos e oferecer o dom gratuito de suas vidas.
«Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um filho, chamado Emanuel», Deus Connosco.
O Verbo se faz carne, Deus se faz homem, em tudo igual a nós excepto no pecado. Ao vir, faz a experiência da nossa humanidade para viver - como homem - o mistério da incompreensão humana, do sofrimento e da dor, e para um dia - na Sua suprema hora - dar a vida por todos nós, salvando-nos do poder do pecado e da morte... Eis a Sua missão como enviado do Pai: salvar-nos, remir-nos com o Seu preciosíssimo Sangue.
Como outrora no seio de Maria, o Verbo encarnou pelo poder do Espírito Santo, fez-se carne, fez-se homem. Mas, a cada instante o Pai gera o Verbo no nosso coração, pelo Amor do Espírito; e assim acontece desde toda a eternidade, numa reciprocidade de amor eterno, e assim sucederá para sempre, pelos séculos sem fim. A Trindade unida a nós!..., em nós... connosco: DEUS CONNOSCO. E hoje Ele quer nascer de modo particular... Ele veio, vem e virá como LUZ para iluminar aqueles lugares mais sombrios, mais obscuros de nossas vidas.. Vem para iluminar, sarar e remir, vem para santificar. «Veio para o que era Seu e os Seus não O receberam. Mas, a quantos O receberam, aos que n'Ele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus» (Jo 1, 11-12), participantes da vida Divina, co-herdeiros com Cristo, eleitos de Deus, nação santa destinada à Vida eterna em Deus. Se já fomos salvos pela Graça, pelo dom do Baptismo e dos Sacramentos que jorram do Coração de Jesus Cristo nosso Salvador, então, irmão e irmã, te peço: não desprezes o dom que te foi oferecido, caminha na Luz e fixa-te em JESUS: espelho puríssimo da Divindade, Sol de Justiça que não tem ocaso, fonte de Amor infinito a jorrar por toda a eternidade!...
Santo Natal para todos e um ano 2009 pleno das graças e bênçãos do nosso Amado Deus e Senhor!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Sozinhos?! Nunca!

Eu estarei

sempre

convosco

até ao fim

dos tempos

(Mt 28, 20).

Sempre em Deus

Uma só coisa é necessária: estar perto de Jesus.
- S. Pio de Pietrelcina

sábado, 8 de novembro de 2008

Últimas palavras...

Vou para a Luz, para o Amor,
para a Vida!...
- B. Isabel da Trindade

sábado, 25 de outubro de 2008

Soli Deo...


Quantas vezes, nos momentos de "solidão", o nosso espírito, em vez de ir repousar na fonte inesgotável do Amor de Deus, anda..., vagueia..., por entre as encruzilhadas dos vales sombrios, das regiões da morte... Daí que a solidão, a soledade de espírito, tanto pode ser um meio para nos unir a Deus, como não... Só o Espírito pode iluminar, preencher o vazio de uma alma com ânsias de encontro, de companhia d'Aquele que é, de facto, o único capaz de saciar completamente o coração humano, porque, como diz S. Agostinho: «Criastes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Vós».

«Acorda, tu que dormes! E Cristo será a tua Luz».

«Só Deus basta», diz-nos S. Teresa. E, seguindo esta tão verdadeira afirmação não falharemos ao mandamento-novo de Jesus Cristo - amar o próximo como a nós mesmos -, pelo contrário, amaremos os nossos irmãos e irmãs n'Ele, e, assim, o nosso Amor será mais perfeito: sem hipocrisia..., sem inveja..., sem rancores..., mas antes condimentado com um espírito de profunda humildade, de ajuda e de serviço, na vontade de elevar o outro, de desejar o melhor para o outro, de o querer ver tão bem ou melhor do que nós próprios, de o ver feliz, aberto à Graça e à acção de Deus, de o amar por Cristo, com Cristo e em Cristo.

Como?

«Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos». Deste modo, Jesus ensina-nos que a verdadeira amizade, a verdadeira caridade não procura o seu próprio interesse, o seu "prazer", mas antes se renuncia a si próprio, se esquece, se aniquila, se DÁ!

E como se dá?

NA CRUZ! NA EUCARISTIA!

Ensina-me, ó Mestre, a deliciosa, a saborosa Ciência da Cruz! Ainda que a minha natureza se rebelie e estremeça, como Tu no momento da Agonia... mas... era a Vontade do Pai... E por isso, ó meu Amado, eu quero clamar conTigo: Eis-me aqui! «Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito»... Entrego-me a Ti, inteiramente, porque quero "morrer" e em Ti me perder... para viver da Tua vida, a sós conTigo e em Ti consumida
- ó meu único e sumo Bem!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Não desanimes...

«"E tu sofres muito? Não desanimes; Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus". Com esta promessa senti-me confortada, cheia de confiança, certa de que a Senhora nunca me deixaria só, seria Ela a conduzir-me e a guiar-me os passos pelos caminhos da vida, por onde Deus me quiser levar, e assim me abandonei nos braços paternais do nosso Deus, e a Seus cuidados de Mãe.» - Do Livro: «Como vejo a Mensagem», da Irmã Lúcia

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Senhor, que queres que eu faça?

«Francisco, vai e repara a Minha Igreja!» Jesus chama, convida, interpela, seduz...
Deixemo-nos transformar pelo Seu Amor,
tal como Francisco...
Entremos na construção deste Templo santo,
deste Corpo Místico que é a Igreja e que
tem como cabeça o próprio Senhor
Jesus Cristo!

Oração de S. Francisco

Diante do Crucifixo de São Damião
Ó glorioso Deus altíssimo ilumina as trevas do meu coração, concede-me uma fé recta, uma esperança firme, e um amor perfeito. Mostra-me, Senhor, o recto sentido e conhecimento, a fim de que possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabas de dar-me. Amen.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mártir do Vosso Amor, ó meu Deus!...


Acto de oferecimento ao Amor Misericordioso

Ó meu Deus! Trindade Bem-aventurada! Desejo amar-Vos e fazer‑Vos amar, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão na terra, e libertando as que estão no Purgatório. Desejo cumprir plenamente a vossa vontade, e chegar ao grau de glória que me preparastes no vosso Reino; numa palavra, desejo ser santa. Mas conheço a minha impotência, e peço-Vos, ó meu Deus, que sejais Vós mesmo a minha Santidade.
Já que Vós me amastes até me dardes o vosso Filho único para ser o meu Salvador e o meu Esposo, os tesouros infinitos dos seus méritos são meus: ofereço-Vo-los com alegria, suplicando-Vos que não olheis para mim senão através da Face de Jesus e no seu Coração ardente de Amor.
Ofereço-Vos também todos os méritos dos Santos (que estão no Céu e na terra), os seus actos de Amor, e os dos Santos Anjos. Finalmente, ofereço-Vos, ó Bem-aventurada Trindade, o Amor e os méritos da Santíssima Virgem, minha querida Mãe: é a ela que entrego o meu oferecimento, pedindo-lhe que Vo-lo apresente.
O seu divino Filho, meu Esposo Bem-amado, nos dias da sua vida mortal, disse-nos: «Tudo o que pedirdes ao meu Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá!». Tenho, portanto, a certeza de que atendereis os meus desejos.
Bem sei, ó meu Deus, quanto mais quereis dar, mais fazeis desejar. Sinto no meu coração desejos imensos, e é com confiança que Vos peço que venhais tomar posse da minha alma. Ah! não posso receber a Sagrada Comunhão tantas vezes quantas desejo, mas, Senhor, não sois Todo-poderoso?... Ficai em mim, como no Sacrário. Nunca Vos afasteis da vossa hostiazinha...
Quereria consolar-Vos da ingratidão dos maus, e suplico-Vos que me tireis a liberdade de Vos desagradar. Se, por fraqueza, cair algumas vezes, que logo o vosso divino olhar purifique a minha alma, consumindo todas as minhas imperfeições, como o fogo, que transforma em si próprio todas as coisas...
Agradeço-Vos, ó meu Deus, por todas as graças que me concedestes, especialmente por me terdes feito passar pelo crisol do sofrimento. Será com alegria que Vos contemplarei no último dia, levando o ceptro da Cruz. Já que Vos dignastes dar-me em herança esta Cruz tão preciosa, espero parecer-me convosco no Céu, e ver brilhar no meu corpo glorificado os sagrados estigmas da vossa Paixão... Depois do exílio da terra, espero ir gozar de Vós na Pátria, mas não quero acumular méritos para o Céu, quero trabalhar só por vosso Amor, com o único fim de Vos agradar, de consolar o vosso Coração Sagrado, e de salvar almas que Vos amarão eternamente.
Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias, pois não Vos peço, Senhor, que conteis as minhas obras. Todas as nossas justiças têm manchas aos vossos olhos. Quero, portanto, revestir-me com a vossa própria Justiça, e receber do vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo. Não quero outro Trono, nem outra Coroa, senão Vós, ó meu Bem-amado!...
Aos vossos olhos, o tempo não é nada: um só dia é como mil anos; podeis, portanto, num instante, preparar-me para aparecer diante de Vós...
A fim de viver num acto de perfeito Amor, ofereço-me como vítima de holocausto ao vosso amor misericordioso, suplicando-Vos que me consumais sem cessar, deixando transbordar para a minha alma as ondas de ternura infinita que estão encerradas em Vós, e que assim eu me torne Mártir do vosso Amor, ó meu Deus!...
Que este Martírio, depois de me ter preparado para aparecer diante de Vós, me faça, enfim, morrer, e que a minha alma se lance, sem demora, no eterno abraço do vosso Amor misericordioso...
Quero, ó meu Bem-amado, a cada palpitação do meu coração, renovar-Vos este oferecimento um número infinito de vezes, até ao momento em que, desvanecidas as sombras, possa reafirmar-Vos o meu Amor num face-a-face eterno!...


S. Teresa do Menino Jesus e da Santa Face

Ser santo...


Ser santo é amar... é amar como Deus, é amar com o nosso coração unido ao de Jesus Cristo, ou melhor ainda, com o Seu!, o Seu em nós! Este amor, para chegar a ser verdadeiro, autêntico, tem de passar por várias provas, a uns de uma maneira a outros de outra... Porque «O Senhor flagela os que d' Ele se aproximam», purifica, santifica aquele que reconhece como filho, não para seu mal, é claro, mas para que este se desenvolva e cresça em maturidade, em santidade, para que atinja a gloriosa liberdade dos filhos de Deus e seja perfeito na Caridade. Só o Amor Misericordioso de Deus pode operar na alma, só o Seu Espírito pode acender na alma a chama do puro Amor e transformar os corações... Só Ele pode infundir Fortaleza para perseverar na fidelidade à Sua eterna aliança nos momentos de "noite" - de dúvidas, de temor, de apatia, de tribulação e tentação. Pode-se tropeçar..., cair..., mas o Amor misericordioso de Deus levanta-nos das regiões da morte, pega em nós ao colo, faz-nos repousar no Seu Coração e gozar da suavidade da Sua Paz... E, como dizem os místicos, fere... fere de amor e logo..., logo se esconde... E para quê? Para que o desejo aumente com a espera, se fortaleça e se torne autêntico... É o sofrimento de quem julga amar pouco, quando já tanto ama; é o saber-se tão miserável e indigno de tantos dons e graças; são ânsias infinitas de amar Jesus, de Lhe dar almas, de desejar a própria morte para estar com o seu Senhor, onde finalmente o poderá amar plenamente e O verá tal como Ele é. Talvez seja assim o martírio de Amor... Não importa saber... O que importa é amar... «No Coração da minha Mãe a Igreja eu serei o Amor» (S. Teresinha).

Aumenta, Senhor, o meu Amor!...
Transforma-me no Teu Amor!
Consome tudo o que é pecado,
que é infidelidade...

Torna-me fiel: Tua, inteiramente!
para sempre!... Amen.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Novo Reitor do Santuário de Fátima

25 de Setembro de 2008: Padre Virgílio Antunes é Reitor do Santuário Fátima Homilia de D. António Marto
O NOSSO CÂNTICO DE JÚBILO: EU TE BENDIGO, Ó PAI… É grande a alegria dos nossos corações hoje: uma alegria que contém e exprime gratidão e louvor ao Senhor pelos aniversários jubilares dos 25 e 50 anos de ordenação sacerdotal, respectivamente, dos nossos caros P. Jorge Guarda, Vigário Geral da Diocese, e P. Virgílio da Silva, pároco da Urqueira. Todo o presbitério diocesano com o seu Bispo e os féis aqui presentes se unem, com afecto, a eles – bem como ao novo reitor e ao novo administrador do Santuário que hoje tomam posse – e saúdam-nos com vivos e jubilosos parabéns.Este jubileu acontece no Ano Paulino, nas vésperas do Sínodo dos bispos sobre a Palavra de Deus, no início do Ano Pastoral da Diocese que nos convida a ir ao coração da fé com São Paulo e no ano centenário do nascimento do Beato Francisco Marto, exemplo de como uma criança é capaz de ir ao coração da fé. São momentos significativos da vida eclesial que ajudam a iluminar alguns aspectos da missão e da espiritualidade do padre. Para exprimir a nossa alegria e o nosso louvor, deixemo-nos inspirar pela Palavra de Deus que acaba de ser proclamada. O CÂNTICO DE JÚBILO DE JESUS, NOSSO CÂNTICO
O texto evangélico (Mt 11, 25-30) é uma página extraordinária, considerada como uma das pérolas mais preciosas de todo o evangelho: é o hino de júbilo, o Magnificat de Jesus, que constitui uma “síntese da revelação”. Revela-nos o “segredo” vivo e palpitante de todo o projecto de salvação em Jesus, o Filho do Pai. É uma página que lança uma luz calorosa e fascinante sobre a nossa celebração jubilar.Estamos diante do mais belo cântico de amor filial que jamais se entoou sobre a terra. Aparece como um “intermezzo” de alegria no meio das dificuldades do ministério de Jesus, que encontra a recusa nas cidades de Cafarnaum, de Betsaida e Corozaim. Parece que Jesus, em tais circunstâncias, sente a necessidade de se refontalizar, de ir à fonte profunda. Este canto sai do coração humano de Jesus, em exultação, pelo mistério de infinito amor, bondade e ternura de Deus que quer comunicar aos homens e onde todos encontramos abrigo; pelas maravilhas de graça que este amor realiza nos corações simples que o acolhem.Contudo, Jesus não o entoou só para si. Entoou-o também para nós; quis envolver-nos nele. O seu cântico torna-se, hoje, o nosso cântico, porque o seu Espírito – o Espírito Santo –, quando toca as cordas do coração, torna-as sensíveis às vibrações da graça e suscita nelas um cântico divino, a música do Amor.No hino de júbilo de Jesus leio, pois, um convite a viver e exprimir, de modo simples e profundo, três sentimentos fundamentais da vida sacerdotal: o de um agradecimento alegre pelo dom do sacerdócio; o de um voltar de novo ao coração da vida sacerdotal; e o de um renovado impulso na missão evangélica que nos foi confiada. GRATIDÃO DE ALEGRIA PELO DOM DO SACERDÓCIO
O primeiro sentimento que deve encher o nosso coração é o de uma extraordinária gratidão ao Senhor pelo dom do sacerdócio: uma gratidão que se torna louvor ao Pai, fonte de todos os dons.O louvor de exultação ao Pai abre e faz vibrar todo o cântico de júbilo de Jesus: “Eu Te bendigo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque revelaste estas coisas aos pequeninos”! “Eu te bendigo” significa “ eu te agradeço, te louvo, te exalto, te confesso”. A referência ao Pai (Abbá) proclama a sua infinita ternura de amor, a sua condescendência (o seu voltar-se para nós) cheia de afecto. E o objecto de louvor alegre é o facto de que “estas coisas” – o plano divino da salvação, o reino de Deus, o mistério de Cristo – são reveladas aos “pequenos”, aos humildes, aos simples, àqueles que são transparentes a Deus. Este é o dom, por excelência, que Deus manifesta e oferece à humanidade. E neste dom encontram lugar todos os outros dons que vêm de Deus. Também o dom do sacerdócio. Com Cristo damos graças e louvor ao Pai que no seu amor, absolutamente livre e gratuito, sem qualquer mérito nosso, nos chamou, na nossa pequenez e fragilidade, a colaborar no seu desígnio de salvação como dispensadores dos seus dons aos irmãos. VOLTAR DE NOVO AO CORAÇÃO DA VIDA SACERDOTAL
Um segundo sentimento que deve caracterizar os jubileus da nossa ordenação sacerdotal é a alegria de um voltar, sempre de novo, ao coração da vida sacerdotal, enquanto vida consagrada a Deus e aos irmãos.Qual é este “coração”? Jesus responde: “Tudo me foi dado pelo meu Pai; ninguém conhece o Filho senão o Pai e ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho O quiser revelar” (v. 27).Encontramo-nos perante o vértice da revelação do mistério de Deus: o Pai que nos mostra o seu rosto e nos abre o seu coração no rosto e no coração humanos do Filho, Jesus Cristo. Jesus, no seu cântico de júbilo, é a alegria do Eterno Amor. Fala de um conhecimento recíproco, isto é, de uma relação profunda, de uma comunhão íntima de vida e amor. É o mistério da Trindade, da vida íntima de conhecimento e amor entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo. É este o “segredo” de Deus que o Filho quer comunicar aos simples. No desígnio divino, o homem é chamado a participar, partilhar, experimentar em si mesmo a misteriosa riqueza e beleza do Amor Trinitário. Eis o dom impensável e inimaginável que Deus quer oferecer a cada homem. “Ó admirável intercâmbio que faz com que Deus é graça e o homem acção de graças”! Este é o coração da vida cristã: ser habitados por Deus, Trindade Santíssima. Não pode ser outro o coração da vida sacerdotal. Toda a sua dignidade e beleza, todo o seu fascínio estão no ser uma existência humana que conhece o “segredo” da vida divina e faz deste segredo o sentido, o valor, o destino, a fonte e a alegria de todo o seu pensamento e sentimento, de toda a acção do seu ministério. É este o significado exacto e profundo da conhecida expressão: “O padre é um homem de Deus”. A inabitação da Santíssima Trindade em nós, Deus em nós, deve constituir o tesouro mais precioso que nos é dado a guardar, amar, adorar, viver, testemunhar! RENOVADO IMPULSO NA MISSÃO EVANGÉLICA Um outro sentimento que deve enriquecer os nossos jubileus é o de um renovado impulso na missão evangélica que a ordenação sacerdotal nos confiou. Revelando o mistério do Pai, Jesus revela o coração misericordioso de Deus, o seu rosto de infinita misericórdia e “compaixão” pelo homem: “Vinde a mim vós todos que andais cansados e oprimidos e eu vos confortarei (darei forças)!” A nossa missão comporta dificuldades, provações, fadigas, cansaços, desilusões. Quem não sente a fadiga de viver, a fadiga do trabalho pastoral, da sementeira dura e, por vezes, árida do semeador do evangelho, os limites da idade ou da saúde, a incompreensão e os pesos a suportar? É então o momento no qual a nossa fé deve despertar e revigorar-se escutando a voz de Jesus que nos chama e assegura: “Vinde a mim e eu vos darei força... O meu jugo é suave e o meu peso é leve”. Sim, o peso do seu amor levanta quem o leva! Contudo, isto que vale para nós, deve valer também para os outros aos quais o Senhor nos envia. Se recebemos ajuda e consolação do Senhor, devemos também oferecê-las, com a nossa palavra e a nossa acção, a quantos se dirigem a nós. É assim que realizamos a missão que o Senhor nos confia. É Ele, o Senhor Jesus, que nos envolve na sua missão, que nos pede para sermos instrumentos humildes, dóceis e generosos das suas mãos e do seu coração misericordioso para com os nossos e seus irmãos cansados e oprimidos, necessitados de alívio, famintos e sedentos de consolação e força. IR AO CORAÇÃO DA FÉ: ENTRAR NO SUBLIME CONHECIMENTO DE CRISTO JESUS
Depois do que acabamos de meditar, compreendemos o testemunho apaixonado e vibrante que S. Paulo nos oferece da sua fé em Cristo. Paulo é um mestre e modelo para todos os pastores. Dele devemos aprender um grande amor por Jesus. Ele mesmo se define como “agarrado” por Cristo, “impelido” pelo seu amor.“A sua fé é o ser alcançado pelo amor de Jesus Cristo, um amor que o toca no mais íntimo e o transforma. A sua fé não é uma teoria, uma opinião sobre Deus e sobre o mundo. A sua fé é o impacto do amor de Deus no seu coração. E assim esta fé é amor por Jesus Cristo” (Bento XVI). Comove-nos, de facto, o amor de Paulo por Jesus precisamente pela sua intensidade. Era tão forte e vivo que o levava a exclamar: “Considero tudo uma perda frente ao sublime conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. Com este testemunho, Paulo convida-nos a ir ao coração da fé, a pôr Cristo no centro da nossa vida, a construir sobre Ele a nossa existência apostólica.A graça que pedimos, nesta Eucaristia jubilar, é entrar cada vez mais no “sublime conhecimento de Cristo”, segundo as palavras de Paulo, de conhecer o poder da sua ressurreição, participando nos sofrimentos do seu amor pela humanidade. Não sabemos como serão os tempos novos que o Espírito nos reserva; como serão os tempos novos que nós mesmos, com a nossa vida e o nosso testemunho, preparamos para o futuro. Sabemos, sim, que o Senhor nos chama a viver este nosso tempo – “de noite da fé”, de eclipse cultural de Deus – como tempo providencial para ir ao essencial, ao coração da fé, para reencontrar a autenticidade da fé, para crer mais e crer melhor. Nossa Senhora nos acompanhe no caminho, ajudando-nos a viver na escuta da Palavra, na adesão pronta e total à acção do Espírito e no canto incessante de louvor: “A minha alma engrandece o Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador”! Ámen! Aleluia! Igreja da Santíssima Trindade, Fátima, 25 de Setembro de 2008 + António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

Nossa Senhora de Fátima, guia este Teu filho! Coração Imaculado de Maria, sê o conforto e o caminho seguro do Pe. Virgílio. Ajuda-o, ó Mãe, nesta sua árdua e audaciosa missão, para que a sua santidade de vida seja como que uma luz, que na eterna Luz de Deus, atrairá todos ao Senhor, ao «Caminho, Verdade e Vida» de todos os corações. Amen.

domingo, 14 de setembro de 2008

Cruz...



Não há madeira como a da Cruz
para acender na alma o fogo do Amor!

O Amor, eis o que torna o seu fardo
tão leve e o seu jugo tão suave…

B. Isabel da Trindade

segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Natividade da Virgem Santa Maria

«A vinda do Filho de Deus à terra, foi preparada, pouco a pouco, ao longo dos séculos, através de pessoas e acontecimentos. Entre as pessoas escolhidas por Deus para colaborarem no Seu projecto de salvação, houve uma, à qual foi confiada uma missão única: Maria, chamada a ser a Mãe do Salvador e cumulada, por isso, de todas as graças necessárias ao cumprimento dessa missão. O nascimento de Maria foi, portanto, motivo de esperança para o mundo inteiro: anunciava já o de Jesus. Era a autora da salvação a despontar; «Ela vem ao mundo e com Ela o mundo é renovado. Ela nasce e a Igreja reveste-se da sua beleza». (Liturgia bizantina).
Felicitando a Mãe do Salvador, no dia do Seu aniversário natalício, peçamos a graça de à Sua semelhança, colaborarmos, generosamente, na salvação do mundo. - do Missal Popular Ferial (8 de Setembro)

sábado, 6 de setembro de 2008

Jesus, Tu és o Pão vivo

Jesus, Tu és o Pão vivo descido do Céu, és a verdade que eu busco, o Amor que eu anseio...
Ajuda-me a compreender a grandeza desse Amor: infinito, sem limites, gratuito e misericordioso, que não faz acepção de pessoas.
Ó Senhor, faz com que toda a humanidade reconheça, no aparente "pedaço de pão" e no "vinho" consagrados, a presença viva e real do Deus Todo-Poderoso: o corpo e o sangue, a alma e a divindade de Jesus Cristo nosso Senhor. Amen.

domingo, 15 de junho de 2008

Viver de Amor...

«Viver de Amor, é dissipar o medo
Afastar a lembrança das faltas do passado.
Dos meus pecados não encontro vestígios,
Num breve instante o amor queimou tudo.....
Chama divina, ó dulcíssima Fornalha!
No teu centro fixo a minha morada.
É no teu fogo que eu canto alegremente:
Vivo de Amor!...»
- S. Teresinha do Menino Jesus

Humildade...

«O desejo de meditar não se adquire com os esforços do nosso espírito,
senão com uma doce e tranquila humildade de coração»
- S. Francisco de Sales

sábado, 31 de maio de 2008

Novo "visual"


Este blog altera uma vez mais a sua fisionomia...
Espero que seja mais do agrado de todos quantos o visitam.
Bom mês do Sagrado Coração de Jesus!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Tenho sede...

«Tenho sede de ver o Meu Coração amado pelos homens no Santíssimo Sacramento. Esta sede ardentíssima devora-Me e não encontro ninguém que procure saciar-Me, como Eu desejo, retribuindo-Me Amor por Amor».

Esta confidência de Jesus a S. Margarida Maria é também para cada um de nós confidência e apelo de Alguém - Jesus, o Verbo encarnado do Pai - que, porque nos ama infinitamente, por nós deseja ser amado, pois sabe que a nossa felicidade eterna consiste precisamente nisso: em amá-Lo!, numa plena reciprocidade d'Amor. Mas, se agora nos recusamos a amar a Deus nosso Pai, nosso Criador e nosso Redentor, recusamos a própria Felicidade que Ele é e de que nos quer fazer participantes, aqui, agora e eternamente!

Deus amou-nos primeiro: eis a perfeição mais pura do Amor! Amou-nos antes de saber se por nós seria ou não amado! A todo o momento Se dá renovando a Sua oferta no Calvário em cada Eucaristia, deixando correr o Seu Sangue precioso e a Sua Água purificadora em todos os Sacramentos concedidos à Igreja Sua Esposa. Dá-Se sempre a todos. Dá-Se na oração que é um dos momentos fortes de encontro entre a criatura e o Criador, entre a amada e o Amado. Momentos estes que se devem unificar na nossa vida até se tornarem habituais e constantes, mesmo no meio das ocupações quotidianas - oração na vida - .

A oração sendo uma «história de amizade com quem sabemos que nos ama» (S. Teresa de Jesus), é diálogo íntimo entre nós e Deus, é um diálogo feito de coração a Coração. Como o poderíamos nós amar se Ele não nos tivesse amado antes? Como o poderíamos conhecer se antes Ele nos não se manifestasse, acomodando-Se à nossa natureza humana, atraíndo-nos a Si dando-Se, ou seja, amando-nos?

Ó alma minha, diz-me como posso eu, que não passo de uma pobre e miserável criaturinha, amar o meu Senhor?

Podes sim, não tu, mas o próprio Amor, o Espírito de meu Pai que em ti quer agir e, no consentimento da tua vontade, no teu "fiat", n'Ele retribuirás Amor ao Amor entrando, assim, no círculo de Amor Trinitário: por Cristo ao Pai, no Espírito Santo!

Se amarmos o Sagrado Coração e adorarmos Jesus vivo e presente no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, já estaremos a dar-Lhe glória, a retribuir-Lhe Amor. Ele pede Amor e Reparação pelas «ingratidões, irreverências, sacrilégios, frieza e desprezo com que Me tratam no Meu Sacramento de amor. E o que mais me custa é serem corações a Mim consagrados os que assim procedem . Por isso te peço que se ofereçam reparações pelos ultrajes que recebe o Meu Coração nos altares.»

AMEMO-LO!!!

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Santíssima Trindade: o Ser Amor...

«Acreditar que um Ser,
que se chama Amor,
habite em nós a qualquer
momento do dia e da
noite e que nos pede que
vivamos em sociedade
com Ele, eis o que
transformou a minha vida
num céu antecipado». B. Isabel da Trindade

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O 13 de Maio

Tive a oportunidade de estar em Fátima nestes dias de peregrinação, de encontro com a Mãe do Céu e, n'Ela e com Ela: com Deus! Momentos únicos, sem dúvida, em que nos sentimos acolhidos, amados, escolhidos... Em que vemos como a Fé predomina em tantos irmãos nossos espalhados pelo mundo e em tantos irmãos nossos portugueses que passam frio, dormem nas colunatas e acampam nos parques, para agradecer graças recebidas, para suplicar, para orar e se encontrarem de modo particular com "Nossa Senhora de Fátima". Toda a Mensagem não é mais do que um relembrar o Evangelho de Jesus Cristo. É um anúncio à conversão, à mudança de vida; à reparação pelos pecados próprios e pelos pecados do mundo; à oração do Rosário para alcançarmos a PAZ; à adoração e à união com a Santíssima Trindade. Por isso, a Igreja reconhece verdadeira e digna de fé. A Santíssima Virgem Maria não quer ser a "protagonista" da Mensagem... Ela quer conduzir-nos ao Coração de Seu Filho, a Jesus e n'Ele e com Ele ao Pai. Mas a Sua presença maternal é indispensável para a nossa salvação e santificação. Sem Ela Deus não teria vindo ao mundo, o Verbo não teria encarnado no Seu seio imaculado. Por isso, é esta carinhosa Mãe quem hoje continua a dar à luz Jesus nos nossos corações, nos corações de tantos irmãos nossos... Corações magoados, manchados, arruinados... E, através de Maria: a "Gratia plena", ficam restaurados, renovados, transformados em oásis da graça de Deus! «E tu sofres muito? Não desanimes; Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus.» Que Maria Santíssima guie sempre os nossos passos no Caminho, na Verdade, na Vida! Amen!

A Mensagem de Fátima

Excerto do livro «Como vejo a Mensagem», da serva de Deus Ir. Lúcia: «Um dos principiais motivos desta mensagem é levar-nos a uma melhor compreensão dos Mandamentos da Lei de Deus, da sua importância, do seu valor e da nossa responsabilidade perante o dever que temos de observá-los com fidelidade e amor, na terra e a felicidade na vida eterna. É Mensagem de fé: "Meu Deus eu creio." Creio que sois o único verdadeiro, o Criador de tudo quanto existe, o único Senhor do Céu e da terra, o único digno de ser servido, adorado e amado. Porque creio, adoro-Vos e espero em Vós, que todos os bens de Vós hão-de vir, abandono-me nos Vossos braços de Pai e confio no Vosso amor, porque sois o meu Salvador. Amo-Vos porque sois o único digno do meu amor, e quisera pagar-Te com o mesmo amor com que Tu me amas a mim. É Mensagem de oração: "Que fazeis? Orai! Orai muito! Os Corações de Jesus e de Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios."
A pergunta: "Que fazeis?", não significa uma repreensão, mas apenas uma chamada de atenção para o mais necessário e importante, que é a oração, o nosso encontro com Deus na oração, que deve ser um diálogo habitual, da nossa alma com o Senhor. Mesmo no meio das nossas ocupações, dos nossos trabalhos, dos nossos entretenimentos, dos nossos afazeres e recreações, o Senhor deve estar sempre presente no nosso espírito, no nosso coração e nas nossa intenções, para que em tudo Lhe dêmos gosto e glória, isto e, uma prova de amor. Devemos, assim, dar gosto ao Senhor, para cativarmos o Seu olhar de misericórdia sobre nós, de modo que o Senhor Se sinta bem em nós, em nós se recreie e descanse, para fazer-nos um com Ele. Para tanto, é preciso que a nossa oração seja um diálogo de encontro com Ele; quer seja deixando o nosso coração falar, dizer-Lhe tudo quanto sente, deseja e d'Ele espera, com fé e confiança, certos de que o Senhor nos vê, nos observa, nos escuta e nos atende. S. Paulo diz que nós somos casa de Deus (cf 1 Cor 3, 9).
Se somos casa de Deus, somos morada onde Ele habita; não deixemos que na nossa casa Ele se encontre só, esquecido, abandonado, menos ainda, que aí seja por nós ofendido.
"Os Corações de Jesus e de Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia."
Não é só sobre os humildes pastorinhos que Deus tem desígnios de misericórdia. Sobre cada um de nós, Deus tem desígnios de misericórdia, graça, perdão e amor, basta que não ponhamos obstáculo, com os nossos pecados, faltas e ingratidões, impedindo o Senhor de realizá-los em nós.
É uma exigência da nossa correspondência à vontade de Deus sobre nós.
"Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios." O sacrifício é o baluarte da nossa oração, é a força que a sustenta. Primeiro o sacrifício de nós mesmos, dos nossos gostos ilegítimos, a renúncia dos nossos apetites pecaminosos provenientes da sensualidade, do egoísmo, do comodismo e da ambição. Depois, os sacrifícios voluntariamente aceites e buscados para oferecê-los ao Senhor, como oferta humilde do nosso amor e a nossa gratidão. É a esta oração e sacrifícios que os Corações de Jesus e Maria estão atentos, para acolhê-los e levá-los ao Pai, como fruto continuado da Sua obra Redentora, para a salvação da Humanidade É o que nos diz S. Paulo: Completar em nós o que faltou à Paixão de Cristo.
Faltou o que a cada um de nós toca, como membros que somos do Copo místico de Cristo, unir a nossa oração à Sua e o nosso sacrifício ao sacrifício de Cristo Redentor.»
Acolhamos o Amor e a Misericórdia de Deus que sempre perdoa e esquece as nossas faltas de correspondência à Sua graça; que nos ama e deseja derramar em nossos corações graças abundantes para nossa salvação e felicidade eterna! Deus é Amor!

domingo, 11 de maio de 2008

Divino Espírito Santo...


















Divino Espírito Santo,
ó Amor entre o Pai o Filho,
diz-me como agradar-Te
quando em mim há sombras,
há trevas e desvarios...

Sei que és a Luz que me alumia,
és a Vida: alma da minha alma;
és Água que purifica,
és Chama que me aquece e inebria!

Não deixes que de Ti eu me esqueça
mas antes Te acompanhe e reconheça.
Com gemidos inefáveis em mim oras:
Ó Espírito Santo que eu adoro!...

Lança-me conTigo no seio Divino,
une-me ao Pai e ao Filho.
Cura-me, liberta-me, santifica-me!
Mostra-me o caminho que conduz à Vida!

Divino Espírito Santo,
ó Fonte d' Amor infinito,
transforma esta criaturinha
em imagem santíssima
da Tua essência divina!...

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Deixa-te amar

«Vós sois excepcionalmente amada, amada com aquele amor de preferência que o Mestre na terra teve por alguns e que os levou tão longe. Não vos diz Ele, como a Pedro: "Amas-Me mais que estes?" (...) Deixai-vos amar "mais que estes": é assim que o Mestre quer que sejais louvor da Sua glória! Ele alegra-se de edificar em vós pelo seu amor e para sua glória, e é Ele sózinho quem quer operar, ainda que não tenhais feito nada para atrair esta graça senão o que a criatura faz: obras de pecado e de misérias... Ele ama-vos mesmo assim, Ele ama-vos "mais que estes", Ele tudo fará em vós, e irá até ao fim: porque, quando uma alma é por Ele a tal ponto amada, desta forma amada com um amor imutável e criador, com um amor livre que transforma como lhe apraz, oh! quanto vai longe esta alma! A fidelidade que o Mestre vos pede consiste em vos manterdes em comunhão de Amor, em vos haver de derramar e enraízar neste Amor que vos quer marcar a alma com o selo de seu poder e grandeza. Nunca mais voltareis a ser banal se estiverdes desperta no amor! Mesmo nas horas em que não sentirdes senão abatimento, cansaço, agradar-lhe-eis ainda se fordes fiel em crer que é ainda Ele quem opera, que mesmo assim vos ama, e até mais: porque o seu amor é livre e é assim que Ele se quer engrandecer em vós; e deixar-vos-eis amar "mais que estes". Creio que é o que isto quer dizer... Vivei no fundo da vossa alma! É o meu Mestre quem me faz lucidamente compreender que aí quer criar coisas adoráveis: sois chamada a prestar homenagem à Simplicidade do Ser divino e a engrandecer o poder do Seu Amor» («Deixa-te amar», B. Isabel da Trindade à Madre Germana).

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Na Tua Ascensão...






















Na Tua Ascensão fica-me uma certeza:
a esperança de conTigo viver para sempre.
Porque junto do Pai me esperas;
de Lá onde intercedes e prometes
Teu Espírito Santo enviar!

Oh! mistério insondável do Amor!
que pressente a saudade dos amantes!
QuisesTe permanecer vivo, actuante,
nos corações dos homens, tão ingratos...

Mas eis que quero em Ti permanecer:
num belo canto cheio d' oração,
meu coração no Céu, minha vontade,
nesse suave e eterno doce abraço!...

E assim viverei na terra e no Céu,
viverei conTigo e em Ti:
mergulhada no mais fundo de Ti mesmo... s
ubmersa... esquecida...
conTigo escondida no seio do Pai!...