sábado, 29 de janeiro de 2011

Reverência, adoração, fé e vida...

Retirado do excelente blog: Una Voce Portugal

Mais do que palavras: Sinais exteriores de fé pelo celebrante

O significado de genuflexões e outros gestos

Pe. Nicola Bux


ROMA, janeiro 21, 2010 ( Zenit.org ). – A fé na presença do Senhor, e em particular na sua presença Eucarística, é expressa de forma exemplar pelo padre quando ele ajoelha-se com profunda reverência durante a Santa Missa ou antes da Eucaristia.

Na liturgia pós-conciliar estes actos de devoção foram reduzidas ao mínimo em nome da sobriedade. O resultado é que as genuflexões tornaram-se uma raridade, ou um gesto superficial. Nós tornamo-nos mesquinhos com os nossos gestos de reverência diante do Senhor, embora, muitas vezes, elogiamos os Judeus e Muçulmanos pelo seu fervor e maneira de rezar.

Mais do que palavras, uma genuflexão manifesta a humildade do padre, que reconhece-se apenas como um ministro, e a sua dignidade, dado ser capaz de tornar presente o Senhor no sacramento. No entanto, há outros sinais de devoção.

Quando o sacerdote estende as mãos em oração, ele indica a súplica do pobre e humilde. A Instrução Geral do Missal Romano (IGMR) estabelece que o padre “quando ele celebra a Eucaristia, portanto, deve servir a Deus e ao povo com dignidade e humildade, e pelo seu porte e pela maneira como ele diz as palavras divinas deve transmitir aos fiéis a presença viva de Cristo “(n. 93). Uma atitude de humildade está em consonância com o próprio Cristo, manso e humilde de coração. Ele deve crescer e eu diminuir.

Ao caminhar para o altar, o sacerdote deve ser humilde, sem ostentação, sem ceder em olhar para a direita e para a esquerda, como se buscasse aplausos. Em vez disso, deve olhar para Jesus; Cristo crucificado está presente no tabernáculo, diante do qual o sacerdote deve curvar-se. O mesmo é feito diante das imagens sagradas exibidas na abside atrás ou nas laterais do altar, a Virgem, o santo titular, os outros santos.

Segue o beijo reverente do altar e, eventualmente, o incenso, o sinal da cruz e a sóbria saudação dos fiéis. Após a saudação é o acto penitencial, a ser realizado profundamente com os olhos baixos. Na forma extraordinária, os fiéis ajoelham-se, imitando o publicano agradável ao Senhor.

O celebrante não deve levantar a sua voz e deve manter um tom claro para a homilia, mas deve ser submissa e suplicante em oração, solene quando cantada. “Nos textos que deverão ser ditos numa voz alta e clara, quer pelo sacerdote quer pelo diácono, ou pelo leitor, ou por todos, o tom de voz deve corresponder ao gênero do próprio texto, ou seja, dependendo se se trata de uma leitura, uma oração, um comentário, uma aclamação, ou um texto cantado; o tom também deve ser adaptado à forma de celebração e à solenidade da reunião “(IGMR, n. 38).

Ele tocará os dons sagrados com admiração, e purificará os vasos sagrados com calma e atenção, em consonância com o apelo de tantos santos e sacerdotes anteriores a ele. Ele abaixará a cabeça sobre o pão e o cálice aquando da pronunciação das palavras de consagração de Cristo e na invocação do Espírito Santo (epiclesi). Ele erguê-los-á separadamente, fixando o seu olhar sobre eles em adoração e, em seguida, baixá-los-á em meditação. Ele ajoelhar-se-á duas vezes em adoração solene. Ele continuará com recolecção e um tom de oração desde a anáfora à doxologia, levantando os dons sagrados em oferta ao Pai.

Então, ele recitará o Pai Nosso com as mãos erguidas, sem ter nada nas mãos, porque isso é próprio do rito da paz. O padre não deixará o Sacramento no altar para dar o sinal de paz fora do presbitério, ao invés disso ele quebrará a Hóstia de uma forma solene e visível, ajoelhando-se então diante da Eucaristia, rezando em silêncio. Ele irá pedir novamente para ser salvo de toda a indignidade, de não comer e beber a sua própria condenação e ser protegido para a vida eterna pelo Corpo santo e Sangue precioso de Cristo. Então apresentará a Hóstia aos fiéis para a comunhão, rezando “Dominum non sum dignus”, e fazendo uma vénia comungará primeiro, e assim será um exemplo para os fiéis.

Após a comunhão, o silêncio de acção de graças pode ser feito de pé, melhor do que sentado, em sinal de respeito, ou de joelhos, se for possível, como fez João Paulo II até ao final quando celebrava na sua capela particular, com a cabeça abaixada e as mãos unidas. Ele pedia que o dom recebido por ele fosse um remédio para a vida eterna, como na fórmula que acompanha a purificação dos vasos sagrados; muitos fiéis fazem-no e são um exemplo.

Não deverão a patena ou a taça e o cálice (vasos que são sagrados por causa do que contêm) serem cobertos “louvavelmente” (IGMR 118;. Cf 183), em sinal de respeito – e também por razões de higiene – como as Igrejas Orientais fazem? O sacerdote, após a saudação e bênção final, subindo ao altar para beijá-lo, voltará a levantar os olhos para o crucifixo e fará uma vénia e genuflexão diante do tabernáculo. Então ele voltará para a sacristia, recolhido, sem dissipar com olhares e palavras a graça do mistério celebrado.

Desta forma os fiéis irão ser ajudados a compreender os sinais sagrados da liturgia, que é algo sério, em que tudo tem um significado para o encontro com o mistério de Deus.

* * * * * *

Pe. Nicola Bux é professor de Liturgia Oriental em Bari e consultor da Congregação para a Doutrina da Fé, para as Causas dos Santos, para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos, bem como do Ofício de Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice.


Fonte: Zenit

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Eliminação do post anterior - justificação...

Recebi hoje de manhã um mail de uma pessoa amiga - da Tradição, claro está -, muito bem enraízada na sã doutrina, e a quem agradeço o alerta feito. No assunto, a seguinte frase: «D'a maravilhosa vida, obra e doutrina de Wunibald Muller»...

Triste, bem triste... Por acaso, recordo-me de uma vez ter folheado o livro citado no artigo que publiquei no post anterior - agora já eliminado -, e de ter achado algo "suspeito", de modo que, o coloquei assim bem escondido na estante... Trata-se do livro: «Deixar-se tocar pelo sagrado», da Editora Vozes.

Ontem, talvez por má inspiração (o outro não nos larga, infelizmente, nem um só segundo! lol) resolvi visitar a minha estante... Reli, apressadamente o tal livro e, apesar de algumas coisas me terem parecido, novamente, um pouco subjectivas: muitas vezes Deus é desigando por «o sagrado». Se for uma medida estratégica para captar os vários públicos, percebo...; a sacralização do acto sexual, o qual também percebo desde que na sua concepção original, entre um homem e uma mulher, coisa que pelos vistos para ele é indiferente..., etc.

Fiquei a saber que esse senhor é um romancista alemão, teólogo católico e psicólogo da Abadia Beneditina de Münsterschwarzach; trabalha em estreita colaboração com o conhecido beneditino Anselm Grün (conferencista no VI Simpósio do Clero de Portugal, realizado em Fátima, no ano de 2009; por acaso cruzei-me com ele no Santuário, e foi até muito simpático)...

... PIOR...

... É CONTRA O CELIBATO DOS PADRES, A FAVOR DA ORDENAÇÃO DAS MULHERES E A FAVOR DA HOMOSSEXUALIDADE NOS PADRES E EM GERAL...

E ainda se diz: Católico?!?!?!...

Penso que o que publiquei não contém nenhuma heresia, aliás, houve uma parte que passei à frente por não concordar totalmente com o pensamento do autor... Contudo, aviso agora que, mais logo, o retirarei do blog... Há muita porcaria por aí... Costumo ser bem prudente com o que publico... Deverei ser ainda mais, sem relaxar um só segundo... Publiquei por que, apesar de me parecer, como já disse, um pouco subjectivo e um pouco "liberal" na forma de abordar certas temáticas, achei também, de certa forma poético, filosófico até, enfim, interessante... Foi por aí que me deixei atrair..., e por achar que seria uma forma de atrair as pessoas para Deus, certos públicos: a finalidade principal do blog é «despertar os corações para o infinito Amor de Deus-Trindade».

Ainda bem que tenho alguns «polícias», ou melhor «anjos da guarda» através dos quais Deus nosso Senhor me levanta e me ensina a não vacilar e a não me desviar da META para a qual corro, da SANTIDADE.

Mas não deixa de ser triste a confusão e as trevas que envolvem a Santa Igreja. Triste, bem triste... Todas estas ideias estão já espalhadas nas mentes dos sacerdotes e de muitas pessoas consagradas... É... Infelizmente... Temos que nos agarrar ao Santo Evangelho, ao Verbum Domini, ao Sucessor de Pedro..., à oração, aos sacramentos, vividos com coerência de vida. Só assim caminharemos solidamente no único caminho que conduz à Vida e que nos faz, já aqui, participantes da vida divina - a felicidade eterna, a Paz, a Alegria, o Amor - , ou seja, Jesus Cristo nosso Deus e Senhor. Glória a Ele para sempre! Amen.
 
 

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Relinqueri amare a Domino

Dos escritos da B. Isabel da Trindade


«Vós sois excepcionalmente amada, amada com aquele amor de preferência que o Mestre na terra teve por alguns e que os levou tão longe. Não vos diz Ele, como a Pedro: "Amas-Me mais que estes?" (...) Deixai-vos amar "mais que estes": é assim que o Mestre quer que sejais louvor da Sua glória! Ele alegra-se de edificar em vós pelo seu amor e para sua glória, e é Ele sózinho quem quer operar, ainda que não tenhais feito nada para atrair esta graça senão o que a criatura faz: obras de pecado e de misérias... Ele ama-vos mesmo assim, Ele ama-vos "mais que estes", Ele tudo fará em vós, e irá até ao fim: porque, quando uma alma é por Ele a tal ponto amada, desta forma amada com um amor imutável e criador, com um amor livre que transforma como lhe apraz, oh! quanto vai longe esta alma!

A fidelidade que o Mestre vos pede consiste em vos manterdes em comunhão de Amor, em vos haver de derramar e enraízar neste Amor que vos quer marcar a alma com o selo de seu poder e grandeza. Nunca mais voltareis a ser banal se estiverdes desperta no amor! Mesmo nas horas em que não sentirdes senão abatimento, cansaço, agradar-Lhe-eis ainda se fordes fiel em crer que é ainda Ele quem opera, que mesmo assim vos ama, e até mais: porque o seu amor é livre e é assim que Ele se quer engrandecer em vós; e deixar-vos-eis amar "mais que estes".

Creio que é o que isto quer dizer... Vivei no fundo da vossa alma! É o meu Mestre quem me faz lucidamente compreender que aí quer criar coisas adoráveis: sois chamada a prestar homenagem à Simplicidade do Ser divino e a engrandecer o poder do Seu Amor» («Deixa-te amar», B. Isabel da Trindade à Madre Germana).


sábado, 8 de janeiro de 2011

Caminho de santidade...

«Queres deveras ser santo? Cumpre o pequeno dever de cada momento, faz o que deves e está no que fazes» (S. Josemaria Escrivá in Caminho, 815).

Percorrer o caminho da perfeição, seguindo as pegadas do Redentor, significa abraçar a cruz de cada dia em fé, esperança e amor. Assim, o dever de cada momento, em vez de ser um "peso" será meio e ocasião de oferecimento voluntário de um sacrifício involuntário, mas que, unido ao sofrimento de Cristo, adquirirá um valor redentor... É um mistério, sem dúvida... Mistério que muitas vezes não lembramos ou até ignoramos...

É difícil cumprir o «dever de cada momento» e «estar» no que fazemos. Daí que, devemos, antes de iniciarmos, por exemplo, um trabalho, benzermo-nos e invocar o Divino Espírito Santo, para que seja Ele a iluminar, inspirar e encaminhar todos os nossos actos n'Ele e para Ele, para glória e louvor da Santíssima Trindade. E isto porque, também, uma pequena falha e desvio de alguma acção nossa repercute nos outros - é a dimensão comunitária do pecado (para além da pessoal). Um conselho mal dado, uma sugestão qualquer, ainda que em matéria não grave, pode prejudicar e muito aquele meu irmão ou irmã! Temos uma grande responsabilidade! Temos de ser exemplo de cristãos que bucam a perfeição, que buscam seguir o Divino Mestre sempre e em tudo.

Ser luz no meio das trevas...; ser sal num mundo insosso e corrompido pelo "poder" do pecado e da morte. E sê-lo não necessariamente em coisas grandes, vistosas, mas nas pequeninas coisas de cada dia, no escondimento, na humildade... Um aluno que leva consigo cábulas para os exames, que está sempre a sussurrar durante os mesmos, perturba aqueles que o querem fazer com toda a seriedade de consciência! é apenas um exemplo de como devemos ser perfeitos em tudo e de como do nosso pecado advêm péssimas consequências não só para nós como para os outros e, acima de tudo, a dor que provocamos a Deus nosso Senhor e Criador.



E um bom e santo ano 2011 para todos! Que Deus nos abençoe!