terça-feira, 6 de novembro de 2012

S. Nuno de Santa Maria, rogai por nós!



Nobilíssimo guerreiro em terras de Santa Maria, Condestável do Reino de Portugal, D. Nuno Álvares Pereira (* 24 de Junho de 1360 - † 1 de Novembro, ou Abril ?, de 1431) seguiu o apelo do Senhor: Quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser Meu discípulo (Lc 14, 33) e, na condição de viúvo de D. Leonor de Alvim (que, segundo parece, não pertencia à nobreza), passou a habitar no Convento do Carmo no ano de 1422, tendo ingressado, de facto, na Ordem da Bem-Aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo,
como irmão leigo, a 15 de Agosto de 1423. Não faltou aos seus deveres de estado: nem como marido, nem como pai e viúvo; abraçou radicalmente os três conselhos evangélicos, tendo antes deixado a sua filha - D. Beatriz Pereira de Alvim - casada com D. Afonso, 1º Duque de Bragança, dando início à Casa de Bragança.

No seio de uma famíla tão adornada e agraciada por Deus não faltaram os espinhos e as infidelidades de alguns membros da família. O pai de S. Nuno - D. Álvaro Gonçalves Pereira - era Prior da Ordem do Hospital, do Crato, e teve 32 filhos de várias mulheres... Por sua vez, era filho de D. Gonçalo Pereira, arcebispo de Braga... Triste..., pois é... Também na genealogia de Jesus Cristo nosso Senhor, encontramos não só pessoas virtuosas, justas e santas, como também pessoas com muitas misérias, com uma história de pecado... A partir desta história, da história de cada um, e, neste caso particular, do Santo Condestável, surge como dádiva misericordiosa a eleição de Deus.

Homem ilustre (cf. Sir 44, 1), servo humilde, nobilíssimo de alma, pobre de espírito, riquíssimo em virtudes, S. Nuno de Santa Maria abraçou a austeridade amorosa da vida contemplativa e o serviço abnegado e pleno de caridade aos seus irmãos mais pobres. Pela comprovada prática heróica das virtudes foi beatificado a 23 de Dezembro de 1918 pelo papa Bento XV e  canonizado pelo papa Bento XVI a 26 de Abril de 2009.

S. Nuno de Santa Maria, rogai por nós!


 
Bibliografia e Webgrafia:

"Pereira, Nuno Álvares". In: Dicionário Ilustrado da História de Portugal, vol. II. Lisboa: Publicações Alfa, 1986, p. 102.
 
Bíblia Sagrada

http://www.agencia.ecclesia.pt/ 

http://www.geneall.net/
 
http://pt.wikipedia.org/

domingo, 16 de setembro de 2012

"Procurá-lo, encontrá-lo, conhecê-lo, amá-lo"

De S. Josemaria Escrivá:

A vida interior robustece-se com a luta nas práticas diárias de piedade, que deves cumprir – mais ainda: que deves viver! – amorosamente, porque o nosso caminho de filhos de Deus é de Amor. (Forja, 83)

Neste esforço por nos identificarmos com Cristo, costumo falar de quatro degraus: procurá-lo, encontrá-lo, conhecê-lo, amá-lo. Talvez pareça que estamos na primeira etapa... Procuremo-lo com fome, procuremo-lo dentro de nós com todas as forças! Se o fizermos com este empenho, atrevo-me a garantir que já O encontrámos e que já começámos a conhecê-lo e a amá-lo e a ter a nossa conversa nos céus. 

Procura cingir-te a um plano de vida com constância: alguns minutos de oração mental; a assistência à Santa Missa, diária, se te é possível, e a Comunhão frequente; o recurso regular ao Santo Sacramento do Perdão, ainda que a tua consciência não te acuse de qualquer pecado mortal; a visita a Jesus no Sacrário; a recitação e a contemplação dos mistérios do terço e tantas outras práticas excelentes que conheces ou podes aprender. (...)

Não te esqueças também de que o que é importante não é fazer muitas coisas; limita-te com generosidade àquelas que possas cumprir no dia-a-dia, quer te apeteça quer não. Essas práticas conduzir-te-ão, quase sem reparares, à oração contemplativa. Brotarão da tua alma mais actos de amor, jaculatórias, acções de graças, actos de desagravo, comunhões espirituais. E tudo isto, enquanto te ocupas das tuas obrigações: ao pegar no telefone, ao subir para um meio de transporte, ao fechar ou abrir uma porta, ao passar diante de uma igreja, ao começar um novo trabalho, ao executá-lo e ao concluí-lo. Referirás tudo ao teu Pai Deus. (Amigos de Deus, 300 e 149)

Fonte: Opus Dei

B. João Paulo II cantando...

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

sábado, 8 de setembro de 2012

"Olha para a estrela, invoca Maria!"


Nossa Senhora Menina
8 de Setembro: Festa da Natividade de Maria Santíssima
  
São Bernardo (1091-1153), monge cisterciense, doutor da Igreja
Homílias sobre estas palavras do Evangelho: «O anjo foi enviado»

«Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo»
«O nome da virgem era Maria» (Lc 1,27). Esse nome, que dizem significar «estrela do mar», convém admiravelmente à Virgem Mãe. Nada é mais justo do que compará-la a uma estrela que dá a sua luz sem se alterar, tal como deu à luz o seu Filho sem danificar o seu corpo virgem. Ela é efectivamente essa nobre «estrela surgida de Jacob», cujo esplendor ilumina o mundo inteiro, que brilha nos céus e penetra até aos infernos. [...] Ela é verdadeiramente essa linda e admirável estrela que havia de elevar-se acima do mar imenso, cintilante de méritos, iluminando pelo exemplo.

Vós todos, quem quer que sejais, seja o que for que sentirdes hoje, em pleno mar, sacudidos pela tormenta e pela tempestade, longe da terra firme, mantende os olhos na luz dessa estrela para evitar o naufrágio. Se se levantarem os ventos da tentação, se vires aproximar-se o escolho das provações, olha para a estrela, invoca Maria! Se te sentires sacudido pelas vagas do orgulho, da ambição, da maledicência ou do ciúme, eleva os olhos para a estrela, invoca Maria. [...] Se te sentires perturbado pela enormidade dos teus pecados, humilhado pela vergonha da tua consciência, assustado pelo temor do julgamento, se estiveres a ponto de naufragar nas profundezas da tristeza e do desespero, pensa em Maria. No perigo, na angústia, na dúvida, pensa em Maria, invoca Maria!

Que o seu nome nunca saia dos teus lábios nem do teu coração. [...] Seguindo-a, não te perderás; rezando-lhe, não desesperarás; pensando nela, evitarás enganar-te no caminho. Se Ela te agarrar pela mão, não te afundarás; se Ela te proteger, nada temerás; conduzido por Ela, ignorarás a fadiga; sob a sua proteção, chegarás ao objectivo. E compreenderás, pela tua própria experiência, como são verdadeiras essas palavras: «O nome da virgem era Maria».


quarta-feira, 5 de setembro de 2012

B. Madre Teresa de Calcutá, rogai por nós!




Pensamentos da Madre Teresa de Calcutá: 


A falta de amor é a maior de todas as pobrezas.

Quem julga as pessoas não tem tempo para amá-las.

A coisa mais bela de todas? - O amor.

Palavras gentis podem ser breves e fáceis de se falar. 
Mas seus ecos são intermináveis.

Se realizamos a nossa tarefa por Deus e para a Sua glória
poderemos ser santos.

A oração faz-nos ter um coração puro
E um coração puro é capaz de ver a Deus.
Se descobrirmos Deus, seremos capazes de amar,
de amar não com palavras, mas com obras.

A nossa vida, para que seja rica em frutos
deve encher-se de CRISTO;
para poder comunicar paz, alegria e amor
devemos tê-los dentro de nós, 
porque ninguém dá o que não tem.






S. João Bosco, rogai por nós!

As relíquias de S. João Bosco estarão em Portugal até ao dia 18 de Setembro, estando hoje em Viana do Castelo! Pode consultar o programa detalhado aqui


Da agência de notícias Zenit

A volta ao mundo
A base desta urna peregrina representa uma ponte que está sustentada por quatro pilares e sobre cada um se define a data deste bicentenário, 1815-2015, como símbolo da atualidade do carisma salesiano.

A urna contém uma escultura do santo, uma réplica de seu corpo incorrupto que repousa na basílica Maria Auxiliadora na cidade de Turim, norte da Itália. 
Também jaz neste relicário a mão direita de Dom Bosco, “com a qual abençoava, escrevia as constituições, as cartas católicas, absolvia os pecados”, disse a ZENIT mons. Tadeusz Rozmus, diretor das Catacumbas de São Calixto. 
Mons. Tadeusz, sacerdote salesiano de origem polonesa, falou da devoção com a qual centenas de peregrinos se aproximaram da relíquia do santo: “Não esperávamos que viesse tanta gente só para encontrar Dom Bosco. As pessoas oravam, recordavam-se dele, aprofundavam em seu conhecimento. Há algo que fascina, que aquece os corações”. 
Um santo da atualidade
Segundo o presbítero, são muitas as virtudes admiradas pelos devotos de São João Bosco: “É muito conhecido e particularmente em contextos de pobreza, jovens abandonados, com diferentes dificuldades. Há diversos ramos da família salesiana que desenvolvem este carisma de Dom Bosco”. 
Peregrinos que ao aproximar-se de suas relíquias lhe pedem com devoção que os ajude a viver suas virtudes: “Alegria, gozo, o aspecto da juventude. Tudo isto para ver a vida como um grande dom, sempre a partir do ponto de vista positivo. Isto atrai muitos jovens”.
Os fiéis deixam uma mensagem no livro de visitas que está disponível no lugar de peregrinação. Os pais de família explicam a seus filhos quem foi este santo e antigos alunos de colégios salesianos se comovem ao vê-lo, porque desde pequenos escutaram seu testemunho.
“Percebe-se um grande entusiasmo, recolhimento, oração”, descreveu o sacerdote.
Equilíbrio entre oração e ação
Segundo mons. Rozmus, uma das principais riquezas de Dom Bosco foi o fato de que sempre soube ler os sinais de seu tempo: “Enfrentou problemas ligados à educação dos jovens, o grande desemprego, a necessidade de preparação profissional e buscava responder de modo positivo”.
O sacerdote salesiano assegurou também que ainda que Dom Bosco tenha sido um grande homem de ação, o pilar de sua vida e de seu ministério sacerdotal foi sempre a vida de oração: “Dom Bosco conseguia verdadeiramente conservar um bom equilíbrio. Orava, mas também estava com os jovens. Entregar-se a si mesmo é também uma forma de oração”.
Assegurou que a vida espiritual que o santo teve continua sendo um exemplo que contrapõe à tentação de cair no ativismo: “Pode-se facilmente desculpar-se pela falta de tempo e pela falta de ocasiões. Submergir-se na atividade sem oração é queimar a alma com o passar do tempo”.
Os fiéis que se aproximam para orar ante as relíquias de São João Bosco poderão obter a indulgência plenária seguindo todos os requisitos para obter esta graça que a Igreja concede (oração pelo Santo Padre: Credo, Ave Maria, Pai Nosso e Glória), comunhão e confissão sete dias antes ou sete dias depois.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Envergonharmo-nos de ser de Jesus?!

Infelizmente, muitos daqueles que se dizem católicos (a começar por mim), com a azáfama do mundo, o desejo de agradar ou a ânsia de poder num espírito de amor-próprio camuflado, o medo de ser etiquetado de "católico" ou de "beato", acabam por viver uma vida dupla, ou então, um cristianismo morno..., apático, prestes a rebentar ou para o lado de Deus ou para o lado do mundo. Este espírito morno expressa-se na insatisfação vivida por muitas pessoas quando procuram subterfúgios para compensar essa insatisfação, cansando os sentidos com o que não edifica mas só sobrecarrega, em vez de ir logo à fonte de todos os bens.                                                         

Mas haverá dicotomia entre Deus e o mundo? Vivemos neste mundo, obra das mãos de Deus, para sermos felizes, para O adorar, amar, servir e, por fim, para vivermos junto d' Ele por toda a eternidade. Daí que devemos aperfeiçoar-nos, frutificar os talentos que Nosso Senhor na Sua imensa bondade nos concedeu, a começar pelas virtudes teologais (fé, esperança, caridade) e cardeais (prudência, justiça, fortaleza, temperança), os dons do Espírito Santo, até aos talentos mais humanos, com vista à construção do Reino de Deus e de uma sociedade cada vez mais capaz de satisfazer as necessidades mais básicas à condição e dignidade humanas. É aqui, neste mundo, cada qual com a sua história, que Deus quer imperar e fazer feliz, muito feliz.

Uma vez enraízados em Cristo Jesus, qual rocha firme e segura, na busca de unirmos a nossa vontade à Sua, na oração, na prática regular dos sacramentos, na dedicação abnegada aos outros - de modo particular aos irmãos na fé - nada haverá que temer pois, se não nos afastarmos por obstinação, o Espírito Santo nos iluminará e nos fará dóceis às Suas moções para sabermos discernir o que é bom, perfeito e agradável a Ele (Rom 12, 2). Tudo nos é permitido, mas nem tudo nos convém. Um cristão não pode ser um tristonho ou um legislador que vê mal em tudo e tudo condena; pode e deve usar com sabedoria das coisas do mundo que Deus nosso Senhor criou para o homem, para a sua felicidade e jamais para a sua infelicidade ou para a infelicidade dos outros: no uso egoístico dos bens fora do plano de Deus, na ambição, na revolta perante as circunstâncias adversas - fruto do pecado, da imaturidade - do Homem.

Triste é, quando, no relacionamento com os outros, nomeadamente numa particular amizade, as pessoas perdem o norte, esquecem a bússola evangélica, e de companheiros de caminhada (para se ajudarem a crescer como pessoas e em santidade) rumo ao Céu passam a inimigos de batalha: o ressentimento, a vingança, o desejo de domínio, o ciúme, a ausência de diálogo ou um diálogo pouco substancial, a falta de confiança, as provocações mútuas, tudo isto pode conduzir a pessoa por caminhos erróneos e a ações contrárias até à sua essência e aos seus propósitos mais íntimos...

Quando isto acontece, o cristão está a envergonhar-se de ser e de seguir Jesus Cristo e coloca em si a máscara de satanás.  Se não queremos que Ele um dia se envergonhe de nós, não nos envergonhemos nós d' Ele; Ele que é o Rei dos reis e o Senhor dos senhores. Soli Deo honor et gloria!


Que Maria Santíssima nos ajude a sermos - verdadeiramente - de Jesus e a testemunhá-Lo - sempre - em todos os nossos pensamentos, palavras e ações. Amen. 


sábado, 1 de setembro de 2012

Coroa das sete Dores de Nossa Senhora - Mês de Setembro


A Coroa de Nossa Senhora das Dores (sempre com aprovação papal) surgiu em Itália, no ano de 1607, por iniciativa da Ordem dos Servos de Maria, bem como a festa litúrgica de Nossa Senhora das Dores que celebraremos a 15 de Setembro.


Início:
D- Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.
R- Amen!
D- Nós vos louvamos, Senhor, e vos bendizemos!
R- Porque associastes a Virgem Maria à obra da salvação.
D- Nós contemplamos vossas Dores, ó mãe de Deus!
R- E vos seguimos no caminho da fé!

Oração Inicial:
Virgem Dolorosíssima, seríamos ingratos se não nos esforçássemos em promover a memória e o culto de Vossas Dores particulares, pedir-Vos graças para uma sincera penitência, oportunos auxílios e socorros em todas as necessidades e perigos. Alcançai-nos Senhora, de Vosso Divino Filho, pelos méritos de Vossas Dores e lágrimas, a graça...(pedir a graça)

1ª Dor - Profecia de Simeão
Simeão os abençoou e disse a Maria, Sua mãe: Eis que este menino está destinado a ser ocasião de queda e elevação de muitos em Israel e sinal de contradição. Quanto a ti, uma espada trespassará a tua alma (Lc 2,34-35).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

2ª Dor - Fuga para o Egito
O anjo do Senhor apareceu em sonho a José e disse: Levanta, toma o menino e Sua mãe, foge para o Egito e fica lá até que te avise. Pois Herodes vai procurar o menino para matá-Lo. Levantando-se, José tomou o menino e Sua mãe, e partiu para o Egito (Mt 2,13-14)

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

3ª Dor - Maria procura Jesus em Jerusalém
Acabados os dias da festa da Páscoa, quando voltaram, o menino Jesus ficou em Jerusalém sem que os pais o percebessem. Pensando que estivesse na caravana, andaram o caminho de um dia, procurando-O entre parentes e conhecidos. E, não O achando, voltaram a Jerusalém à procura d'Ele (Lc 2,43b-45).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

4ª Dor - Jesus encontra a Sua Mãe no caminho do Calvário
Ao conduzir Jesus, lançaram mão de um certo Simão de Cirene, que vinha do campo, e o encarregaram de levar a cruz atrás de Jesus. Seguia-O grande multidão de povo e de mulheres que batiam no peito e O lamentavam (Lc 23,26-27).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

5ª Dor - Maria ao pé da Cruz de Jesus
Junto à cruz de Jesus estavam de pé Sua Mãe, a irmã de Sua Mãe, Maria de Cléofas, e Maria Madalena. Vendo a Mãe e, perto dela, o discípulo a quem amava, disse Jesus à Sua Mãe: Mulher, eis aí o teu filho! Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua Mãe! (Jo 19,15-27a).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

6ª Dor - Maria recebe Jesus descido da Cruz
Chegada a tarde, porque era o dia da Preparação, isto é, a véspera de sábado, veio José de Arimatéia, entrou decidido na casa de Pilatos e pediu o corpo de Jesus. Pilatos, então, deu o cadáver a José, que retirou o corpo da cruz (Mc 15,42).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias

7ª Dor - Maria deposita Jesus no Sepulcro
Os discípulos tiraram o corpo de Jesus e O envolveram em faixas de linho com aromas, conforme  o costume de sepultar dos judeus. Havia perto do local, onde fora crucificado, um jardim, e no jardim um sepulcro novo onde ninguém ainda fora depositado. Foi ali que puseram Jesus (Jo 19,40-42a).

1 Pai Nosso; 7 Ave Marias


98 - Como entender que a Igreja não erra - Parte 2

97 - Como entender que a Igreja não erra? - Parte 1

terça-feira, 28 de agosto de 2012

Programa de vida: ICor 13, 1-13

1. Ainda que eu falasse línguas,
as dos homens e dos anjos,
se não tivesse amor,
seria como sino ruidoso
ou como címbalo estridente.

2. Ainda que tivesse o dom da profecia,
o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência;
ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas,
se não tivesse amor, nada seria.

3. Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos,
ainda que entregasse o meu corpo às chamas,
se não tivesse amor, nada disso me adiantaria.

4. O amor é paciente,
o amor é prestativo;
não é invejoso, não se ostenta,
não se incha de orgulho.

5. Nada faz de inconveniente,
não procura o seu próprio interesse,
não se irrita, não guarda rancor.

6. Não se alegra com a injustiça,
mas regozija-se com a verdade.

7. Tudo desculpa, tudo crê,
tudo espera, tudo suporta.

8. O amor jamais passará.
As profecias desaparecerão,
as línguas cessarão,
a ciência também desaparecerá.

9. Pois o nosso conhecimento é limitado;
limitada é também a nossa profecia.

10. Mas, quando vier a perfeição,
desaparecerá o que é limitado.

11. Quando eu era criança,
falava como criança,
pensava como criança,
raciocinava como criança.
Depois que me tornei adulto,
deixei o que era próprio de criança.

12. Agora vemos como num espelho
e de maneira confusa;
mas depois veremos face a face.
Agora o meu conhecimento é limitado,
mas depois conhecerei como sou conhecido.

13. Agora, portanto, permanecem estas três coisas:
a fé, a esperança e o amor.
A maior delas, porém, é o amor.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Cor Jesu Sacratissimum, miserere nobis!

Livro de Oseias 11,1.3-4.8c-9.

Eis o que diz o Senhor: «Quando Israel era ainda menino, Eu amei-o, e chamei do Egipto o meu filho. Entretanto, Eu ensinava Efraim a andar, trazia-o nos meus braços, mas não reconheceram que era Eu quem cuidava deles. Segurava-os com laços humanos, com laços de amor, fui para eles como os que levantam uma criancinha contra o seu rosto; inclinei-me para ele para lhe dar de comer. Como poderia abandonar-te, ó Efraim? Entregar-te, ó Israel? Como poderia Eu abandonar-te, como a Adma, ou tratar-te como Seboim? O meu coração dá voltas dentro de mim, comovem-se as minhas entranhas. Não desafogarei o furor da minha cólera, não voltarei a destruir Efraim; porque sou Deus e não um homem, sou o Santo no meio de ti, e não me deixo levar pela ira.

Indulgência pela Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

Indulgência pela Solenidade do Sagrado Coração de Jesus

sexta-feira, 20 de abril de 2012

terça-feira, 10 de abril de 2012

"Na glória da divina majestade"



Por: S. Máximo de Turim, bispo
Sermão 39 a

«Vai ter com os Meus irmãos e diz-lhes: 'Subo para o Meu Pai, 
que é vosso Pai'»

Depois da Ressurreição, Maria Madalena, imaginando-O prisioneiro da terra, vai ao sepulcro à procura do Senhor, esquecida da Sua promessa de regressar dos mortos ao terceiro dia. [...] A sua fé humilde mas ignorante leva-a a procurar aquilo que não sabe e a esquecer aquilo que aprendeu; está pronta para a adoração mas a sua fé é ainda imperfeita. Está mais preocupada com as feridas que o Senhor sofreu na Sua carne do que com a glória da Sua Ressurreição. Chora porque ama a Cristo e aflige-se por não encontrar o Seu corpo, pois imagina morto Aquele que já reinava. [...]



Assim, à bem-aventurada Madalena foi feita a censura de demorar a crer (Lc 24,5ss), pois tarde havia reconhecido o Senhor. Por isso lhe diz o Salvador: «Não me detenhas, pois ainda não subi para o Pai» [...], ou seja, porque queres tocar-Me, tu, que ao procurar-Me por entre os túmulos, não crês que Eu tenha subido para junto do Pai, tu, que ao procurar-Me nos infernos, duvidas de que Eu tenha regressado ao Céu, tu, que ao procurar-Me entre os mortos, não esperas ver-Me vivo à direita do Pai? E por isso lhe diz: «Ainda não subi para o Pai», quer dizer, para ti ainda não subiu para o Pai Aquele que a tua fé ainda retém no sepulcro. [...]




Por isso, quem quiser tocar o Senhor deve de antemão, na sua fé, colocá-Lo à direita de Deus, e o seu coração, em vez de O procurar entre os mortos, deve tê-Lo no Céu, uma vez que o Senhor subiu para o Pai e está sempre com o Pai: «o Verbo estava em Deus, e o Verbo era Deus» (Jo 1,1). São Paulo ensina-nos como procurar o Salvador no Céu, ao dizer: «procurai as coisas do alto, onde está Cristo, sentado à direita de Deus» (Cl 3,1); e, para que não façamos como Maria Madalena, acrescenta: «aspirai às coisas do alto e não às coisas da terra» (Cl 3,2). Assim, se quisermos encontrar o Salvador e tocá-Lo, não é nem na terra nem debaixo dela, segundo a carne, que devemos indagar por Ele, mas na glória da divina majestade.


segunda-feira, 19 de março de 2012

Sancte Joseph, ora pro nobis!

Este e outros vídeos puseram os meus queridos velhinhos/avozinhos (de dois Centros de Dia) muito, muito felizes e, com muita ternura, reconhecidos. Que S. José os abençoe e proteja eternamente!

quinta-feira, 15 de março de 2012

domingo, 11 de março de 2012

Os elos do sangue...

Ainda que membros de uma família estejam dez ou mais anos sem se verem, seja porque motivos for, no reencontro há um elo, há uma sensação de que a última vez que se viram foi apenas ontem. O sangue que pulsa dentro de nós é o mesmo, ou uma parcela dele é idêntico. Ao nos olharmos vemo-nos neles, eles vêem-se em nós, e neles vemos os que nos precederam, os que, como nós, nos pertencem e dos quais somos pertença pelo vínculo sanguíneo/familiar, e, muito particularmente, vemos e espelhamos aqueles que já nos deixaram mas que tão intimamente nos acompanham e por nós intercedem... Em família todos se compreendem, apesar dos conflitos inerentes a qualquer uma, dos mal-entendidos, etc. Todos sabem as "pancas" que nos caracterizam. Rimo-nos delas e daqueles que as expuseram mais abertamente. Temos histórias comuns. Todos sabem certos acontecimentos caricatos; os pais, os tios foram contando e por isso partilhamos histórias semelhantes ainda que contadas por pessoas diferentes. Na família reina - e deve reinar sempre - o Amor que tudo vence e que sempre quer imperar.

Que a Sagrada Família proteja e abençoe todas as famílias!

Laus Deo!

quinta-feira, 8 de março de 2012

Qual é o papel dos idosos na nossa sociedade?


Solidariedade entre as gerações para garantir trabalho e aposentadorias

ROMA, quarta-feira, 7 de março de 2012 (ZENIT.org) - Estamos diante de uma situação sem precedentes na história humana, derivada do aumento na expectativa de vida. É uma vitória sobre a doença e sobre as causas da morte, devida a uma dieta melhor, ao progresso da medicina, às medidas de segurança e de solidariedade social.

Entretanto, todas as idades da vida em nosso mundo têm atividades peculiares e prevalentes: o estudo na juventude, o trabalho na idade adulta... Falta um exame adequado da longevidade. Se Deus nos permitiu prolongar a vida, certamente quis que as pessoas dessem frutos também na estação da velhice.
E qual seria o papel do idoso na nossa sociedade?

Não podemos evitar esta questão neste Ano Europeu do Envelhecimento Ativo e da Solidariedade entre as Gerações.

 Os idosos são, em nossa "sociedade de consumo", geradores reais de relações: pontes entre uma geração e outra. E precisamos da solidariedade entre as gerações.

Os idosos são um grande trunfo para a sociedade. Seu conhecimento, sua experiência e sabedoria são um legado para os jovens, agora mais do que nunca precisados de professores da vida.

O beato João Paulo II, em particular, sugere pistas úteis para a reflexão. Ele reservou aos idosos, com quem dividiu a idade e a condição, um lugar de destaque no seu ministério pastoral. Através de uma série de manifestações significativas, ele quis identificar e descrever o carisma específico e a vocação da "terceira idade" no contexto da comunidade civil e eclesial.

Na "Carta aos Idosos", de 1º de outubro de 1999, às vésperas do ano jubilar, quando Karol Wojtyla completava oitenta anos, ele sublinhou o importante testemunho da terceira idade como um período marcado pelo despertar espiritual da pessoa, no contexto das indagações levantadas pela própria experiência de vida.

A carta cita o Salmo 90: "Os anos de nossa vida são setenta, oitenta para os mais fortes; mas quase todos são fadiga, sofrimento; passam depressa".

A Sagrada Escritura atesta numerosos exemplos de homens e mulheres chamados por Deus na vida madura. Eles responderam a essa vocação e tal resposta lhes abriu horizontes inesperados de bênção e de prosperidade, não só para eles, mas também para os seus descendentes, como no caso de Abraão e de Sara, que se tornaram pais contra toda expectativa razoável, ou de Moisés, a quem Deus pediu que conduzisse o povo eleito no êxodo rumo à Terra Prometida.

O poder de Deus supre a insuficiência humana, e a velhice, na sabedoria bíblica, não é apenas a fase final da maturidade humana, mas também uma expressão da bênção de Deus.

João Paulo II declara enfaticamente que não existem vidas insignificantes ou inúteis, como às vezes parece sentir-se no contexto sócio-cultural contemporâneo, caracterizado por uma mentalidade produtivista.

"O idoso", diz o papa, e eu também encerro com as palavras dele, "ajudam a olhar para os assuntos terrenos com mais sabedoria, porque as vicissitudes lhes trouxeram o conhecimento e a maturidade. Eles são os guardiões da memória coletiva e, portanto, os intérpretes privilegiados daquele conjunto de ideais e valores comuns que regem e guiam a vida em sociedade. Excluí-los é refutar o passado, em que está enraizado o presente, em nome de uma modernidade sem memória. Os idosos, por causa da sua experiência amadurecida, são capazes de oferecer aos jovens conselhos e ensinamentos preciosos"(Carta aos Idosos, 10).

Enrico dal Covolo, reitor da Pontifícia Universidade Lateranense



quarta-feira, 7 de março de 2012

Deturpações...

"Nunca nos devemos arrepender do que fizemos, mas sim do que não fizemos". Foi uma frase dita por alguém a outro alguém que comigo estava, em contexto informal, num tom que demonstrava imensa sabedoria oculta, mas não uma sabedoria divina. Não foi por mal, e a pessoa que o disse não teve noção... Não que a segunda oração desta frase esteja incorrecta, uma vez que também pecamos por omissão, mas a primeira propaga um erro gravíssimo que fomenta o orgulho e a rejeição de Deus na vida do ser-humano. Claro que o ideal seria ninguém ter motivos de arrependimento, mas do mal que se fez, é óbvio que tem de haver arrependimento para se alcançar a salvação integral.

Que neste sagrado tempo da Quaresma, particularmente, não menosprezemos os erros, conscientes ou não, do passado, mas antes, com profundo arrependimento (suplicado a Deus nosso Senhor) e propósito firmíssimo de emenda, nos reconciliemos com Deus mediante o sacramento da reconciliação, confiando absolutamente na Misericórdia divina que, ao contrário das pessoas, sempre nos perdoa e ESQUECE, apaga do Seu Coração dilacerado as nossas ofensas ao Seu Amor santíssimo e, ainda, sara o nosso, por vezes tão pobrezinho.

Continuação de uma santa Quaresma!

Buscando perfeições...

Sete sinais de que o namoro não vai dar certo

Quatro motivos por que um namoro não dá certo

sábado, 3 de março de 2012

sexta-feira, 2 de março de 2012

Penitências...

A propósito da mortificação quaresmal: http://www.opusdei.pt/art.php?p=16008

Para quem, como eu, se sente a caminhar a passos de caracol: Cor Jesum Sacratissimum, miserere nobis. É Ele o divino ascensor.

Le pratiche penitenziali. S. Leão Magno.

Breve Meditação II Semana da Quaresma_2012

Breve Meditação I Semana da Quaresma_2012

quinta-feira, 1 de março de 2012

A maturidade afectiva

Por Rafael Llano Cifuentes in Quadrante

No nosso mundo altamente técnico e cheio de avanços científicos, pouco se tem progredido no conhecimento das profundezas do coração. “Vivemos hoje o drama de um desnível gritante entre o fabuloso progresso técnico e científico e a imaturidade quase infantil no que diz respeito aos sentimentos humanos”

A afetividade não está por assim dizer encerrada no coração, nos sentimentos, mas permeia toda a personalidade.


Estamos continuamente sentindo aquilo que pensamos e fazemos. Por isso, qualquer distúrbio da vida afetiva acaba por impedir ou pelo menos entravar o amadurecimento da personalidade como um todo.



Observamos isto claramente no fenômeno de fixação na adolescência ou na adolescência retardada. Como já anotamos, o adolescente caracteriza-se por umaafetividade egocêntrica e instável; essa característica, quando não superada na natural evolução da personalidade, pode sofrer uma fixação, permanecendo no adulto: este é um dos sintomas da imaturidade afetiva.


É significativo verificar como essa imaturidade parece ser uma característica da atual geração. No nosso mundo altamente técnico e cheio de avanços científicos, pouco se tem progredido no conhecimento das profundezas do coração, e daí resulta aquilo que Alexis Carrel, prêmio Nobel de Medicina, apontava no seu célebre trabalho O homem, esse desconhecido: vivemos hoje o drama de um desnível gritante entre o fabuloso progresso técnico e científico e a imaturidade quase infantil no que diz respeito aos sentimentos humanos.

Mesmo em pessoas de alto nível intelectual, ocorre um autêntico analfabetismo afetivo: são indivíduos truncados, incompletos, mal-formados, imaturos; estão preparados para trabalhar de forma eficiente, mas são absolutamente incapazes de amar. Esta desproporção tem conseqüências devastadoras: basta reparar na facilidade com que as pessoas se casam e se descasam, se juntam e se separam. Dão a impressão de reparar apenas na camada epidérmica do amor e de não aprofundar nos valores do coração humano e nas leis do verdadeiro amor.

Quais são, então, os valores do verdadeiro amor? Que significado tem essa palavra?

O amor, na realidade, tem um significado polivalente, tão dificil de definir que já houve quem dissesse que o amor é aquilo que se sente quando se ama, e, se perguntássemos o que se sente quando se ama, só seria possível responder simplesmente: Amor. Este círculo vicioso deve-se ao que o insigne médico e pensador Gregório Marañon descrevia com precisão: O amor é algo muito complexo e variado; chama-se amor a muitas coisas que são muito diferentes, mesmo que a sua raiz seja a mesma.

A MATURIDADE NO AMOR

Hoje, considera-se a satisfação sexual autocentrada como a expressão mais importante do amor. Não o entendia assim o pensamento clássico, que considerava o amor da mãe pelos filhos como o paradigma de todos os tipos de amor: o amor que prefere o bem da pessoa amada ao próprio. Este conceito, perpassando os séculos, permitiu que até um pensador como Hegel, que tem pouco de cristão, afirmasse que a verdadeira essência do amor consiste em esquecer-se no outro.

Bem diferente é o conceito de amor que se cultua na nossa época. Parece que se retrocedeu a uma espécie de adolescência da humanidade, onde o que mais conta é o prazer. Este fenômeno tem inúmeras manifestações. Referir-nos-emos apenas a algumas delas:

- Edifica-se a vida sentimental sobre uma base pouco sólida: confunde-se amor com namoricos, atração sexual com enamoramento profundo. Todos conhecemos algum don Juan: um mestre na arte de conquistar e um fracassado à hora da abnegação que todo o amor exige. Incapazes de um amor maduro, essas pessoas nunca chegam a assimilar aquilo que afirmava Montesquieu: É mais fácil conquistar do que manter a conquista.

- Diviniza-se o amor: A pessoa imatura - escreve Enrique Rojas - idealiza a vida afetiva e exalta o amor conjugal como algo extraordinário e maravilhoso. Isto constitui um erro, porque não aprofunda na análise. O amor é uma tarefa esforçada de melhora pessoal durante a qual se burilam os defeitos próprios e os que afetam o outro cônjuge <...>. A pessoa imatura converte o outro num absoluto. Isto costuma pagar-se caro. É natural que ao longo do namoro exista um deslumbramento que impede de reparar na realidade, fenômeno que Ortega y Gasset designou por doença da atenção, mas também é verdade que o difícil convívio diário coloca cada qual no seu lugar; a verdade aflora sem máscaras, e, à medida que se desenvolve a vida ordinária, vai aparecendo a imagem real.(E. Rojas)

- No imaturo, o amor fica cristalizado, como diz Stendhal, nessa fase dedeslumbramento, e não aprofunda na versão real que o convívio conjugal vai desvendando. Quando o amor é profundo, as divergências que se descobrem acabam por superar-se; quando é superficial, por ser imaturo, provocam conflitos e freqüentemente rupturas.

- A pessoa afetivamente imatura desconhece que os sentimentos não são estáticos, mas dinâmicos. São suscetíveis de melhora e devem ser cultivados no viver quotidiano. São como plantas delicadas que precisam ser regadas diariamente. O amor inteligente exige o cuidado dos detalhes pequenos e uma alta porcentagem de artesanato psicológico .(E.Rojas)

A pessoa consciente, madura, sabe que o amor se constrói dia após dia, lutando por corrigir defeitos, contornar dificuldades, evitar atritos e manifestar sempre afeição e carinho.

- Os imaturos querem antes receber do que dar. Quem é imaturo quer que todos sejam como uma peça integrante da máquina da sua felicidade. Ama somente para que os outros o realizem. Amar para ele é uma forma de satisfazer uma necessidade afetiva, sexual, ou uma forma de auto-afirmação. O amor acaba por tornar-se uma espécie de grude que prende os outros ao próprio eu para completá-lo ou engrandecê-lo.

Mas esse amor, que não deixa de ser uma forma transferida de egoísmo, desemboca na frustração. Procura cada vez mais atrair os outros para si e os outros vão progressivamente afastando-se dele. Acaba abandonado por todos, porque ninguém quer submeter-se ao seu pegajoso egocentrismo; ninguém quer ser apenas um instrumento da felicidade alheia.

Os sentimentos são caminho de ida e volta; deve haver reciprocidade. A pessoa imatura acaba sempre queixando-se da solidão que ela mesma provocou por falta de espírito de renúncia. A nossa sociedade esqueceu quase tudo sobre o que é o amor. Como diz Enrique Rojas: Não há felicidade se não há amor e não há amor sem renúncia. Um segmento essencial da afetividade está tecido de sacrifício. Algo que não está na moda, que não é popular, mas que acaba por ser fundamental.

Há pouco, um amigo, professor de uma Faculdade de Jornalismo, referiu-me um episódio relacionado com um seu primo - extremamente egoísta - que se tinha casado e separado três vezes. No cartão de Natal, após desejar-lhe boas festas, esse professor perguntava-lhe em que situação afetiva se encontrava. Recebeu uma resposta chocante: Assino eu e a minha gata. Como ela não sabe assinar, o faz estampando a sua pata no cartão: são as suas marcas digitais. Este animalzinho é o único que quer permanecer ao meu lado. É o único que me ama.

O imaturo pretende introduzir o outro no seu projeto pessoal de vida, em vez de tentar contribuir com o outro num projeto construído em comum. A felicidade do cônjuge, da família e dos filhos: esse é o projeto comum do verdadeiro amor. As pessoas imaturas não compreendem que a dedicação aos filhos constitui um fator importante para a estabilidade afetiva dos pais. Também não assimilaram a idéia de que, para se realizarem a si mesmos, têm de se empenhar na realização do cônjuge. Quem não é solidário termina solitário. Ou juntando-se a uma gatinha, seja de que espécie for.

EDUCAR A AFETIVIDADE

Mais do que nunca, é preciso prestar atenção hoje à educação da afetividade dos filhos e à reeducação da afetividade dos adultos. Uma educação e uma reeducação que devem ter como base esse conceito mais nobre do amor que acabamos de formular: aquele que vai superando o estágio do amor de apetência - que apetece e dá prazer - para passar ao amor de complacência - que compraz afetivamente - e abrir-se ao amor oblativo de benevolência - que sabe renunciar e entregar-se para conseguir o bem do outro.

O amor maduro exige domínio próprio: ir ascendendo do mundo elementar - imaturo - do mero prazer, até o mundo racional e espiritual em que o homem encontra a sua plena dignidade. Reclama que se canalizem as inclinações naturais sensitivas para pô-las ao serviço da totalidade da pessoa humana, com as suas exigências racionais e espirituais. Requer que se conceda à vontade o seu papel reitor, livre e responsável. Pede que, por cima dos gostos e sentimentos pessoais, se valorizem os compromissos sérios reciprocamente assumidos... Aaron Beek, no seu livro Só o amor não basta, insiste repetidamente em que é necessária a determinação da vontade para dar consistência aos movimentos intermitentes do coração: o mero sentimento não basta.

O amor como dom de si comporta - diz o Catecismo da Igreja Católica - uma aprendizagem do domínio de si <...>. As alternativas são claras: ou o homem comanda e domina as suas paixões e obtém a paz, ou se deixa subjugar por elas e se torna infeliz. Esse domínio de si mesmo é um trabalho a longo prazo. Nunca deve ser considerado definitivamente adquirido. Supõe um esforço a ser retomado em todas as idades da vida.

Isto significa cultivar o amor. O maior de todos os amores desmoronar-se-á se não for aperfeiçoado diariamente. Empenho este que, na vida diária, se traduz no esforço por esmerar-se na realização das pequenas coisas, à semelhança do trabalho do ourives, feito com filigranas delicadamente entrelaçadas cada dia, na tarefa de aprimorar o trato mútuo, evitando os pormenores que prejudicam a convivência.

A convivência é uma arte preciosa. Exige uma série de diligências: prestar atenção habitual às necessidades do outro; corrigir os defeitos; superar os pequenos conflitos para que não gerem os grandes; aprender a escutar mais do que a falar; vencer o cansaço provocado pela rotina; retribuir com gratidão os esforços feitos pelo outro... e, especialmente, renovar, no pequeno e no grande, o compromisso de uma mútua fidelidade que exige perseverança nas menores exigências do amor..., uma perseverança que não goza dos favores de uma sociedade hedonista e permissivista, inclinada sempre ao mais gostoso e prazeroso.

O coração não foi feito para amoricos, dizíamos, mas para amores fortes. Osentimentalismo é para o amor o que a caricatura é para o rosto. Alguns parecem ter o coração de chiclete: apegam-se a tudo. Uns olhos bonitos, uma voz meiga, um caminhar charmoso, podem fazer-lhes tremer os fundamentos da fidelidade. Outros parecem inveterados novelistas: sentem sempre a necessidade de estar envolvidos em algum romance, real ou imaginário, sendo eles os eternos protagonistas: dão a impressão de que a televisão mental lhes absorve todos os pensamentos.

Precisamos educar o nosso coração para a fidelidade. Amores maduros são sempre amores fiéis. Não podemos ter um coração de bailarina. A guarda dos sentidos - especialmente da vista - e da imaginação há de proteger-nos da inconstância sentimental, do comportamento volátil de um beija-flor...

Tudo isto faz parte do que denominávamos a educação afetiva dos jovens e areeducação afetiva dos adultos. João Paulo II a chama a educação para o amor como dom de si: diante de uma cultura que «banaliza» em grande parte a sexualidade humana, porque a interpreta e vive de maneira limitada e empobrecida, ligando-a exclusivamente ao corpo e ao prazer egoístico, a tarefa educativa deve dirigir-se com firmeza para uma cultura sexual verdadeira e plenamente pessoal. A sexualidade, de fato, é uma riqueza da pessoa toda - corpo, sentimento e alma -, e manifesta o seu significado íntimo ao levar a pessoa ao dom de si no amor.