sábado, 25 de outubro de 2008

Soli Deo...


Quantas vezes, nos momentos de "solidão", o nosso espírito, em vez de ir repousar na fonte inesgotável do Amor de Deus, anda..., vagueia..., por entre as encruzilhadas dos vales sombrios, das regiões da morte... Daí que a solidão, a soledade de espírito, tanto pode ser um meio para nos unir a Deus, como não... Só o Espírito pode iluminar, preencher o vazio de uma alma com ânsias de encontro, de companhia d'Aquele que é, de facto, o único capaz de saciar completamente o coração humano, porque, como diz S. Agostinho: «Criastes-nos para Vós, Senhor, e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Vós».

«Acorda, tu que dormes! E Cristo será a tua Luz».

«Só Deus basta», diz-nos S. Teresa. E, seguindo esta tão verdadeira afirmação não falharemos ao mandamento-novo de Jesus Cristo - amar o próximo como a nós mesmos -, pelo contrário, amaremos os nossos irmãos e irmãs n'Ele, e, assim, o nosso Amor será mais perfeito: sem hipocrisia..., sem inveja..., sem rancores..., mas antes condimentado com um espírito de profunda humildade, de ajuda e de serviço, na vontade de elevar o outro, de desejar o melhor para o outro, de o querer ver tão bem ou melhor do que nós próprios, de o ver feliz, aberto à Graça e à acção de Deus, de o amar por Cristo, com Cristo e em Cristo.

Como?

«Não há maior prova de amor do que dar a vida pelos seus amigos». Deste modo, Jesus ensina-nos que a verdadeira amizade, a verdadeira caridade não procura o seu próprio interesse, o seu "prazer", mas antes se renuncia a si próprio, se esquece, se aniquila, se DÁ!

E como se dá?

NA CRUZ! NA EUCARISTIA!

Ensina-me, ó Mestre, a deliciosa, a saborosa Ciência da Cruz! Ainda que a minha natureza se rebelie e estremeça, como Tu no momento da Agonia... mas... era a Vontade do Pai... E por isso, ó meu Amado, eu quero clamar conTigo: Eis-me aqui! «Pai, nas Tuas mãos entrego o meu espírito»... Entrego-me a Ti, inteiramente, porque quero "morrer" e em Ti me perder... para viver da Tua vida, a sós conTigo e em Ti consumida
- ó meu único e sumo Bem!

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Não desanimes...

«"E tu sofres muito? Não desanimes; Eu nunca te deixarei. O meu Imaculado Coração será o teu refúgio e o caminho que te conduzirá até Deus". Com esta promessa senti-me confortada, cheia de confiança, certa de que a Senhora nunca me deixaria só, seria Ela a conduzir-me e a guiar-me os passos pelos caminhos da vida, por onde Deus me quiser levar, e assim me abandonei nos braços paternais do nosso Deus, e a Seus cuidados de Mãe.» - Do Livro: «Como vejo a Mensagem», da Irmã Lúcia

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Senhor, que queres que eu faça?

«Francisco, vai e repara a Minha Igreja!» Jesus chama, convida, interpela, seduz...
Deixemo-nos transformar pelo Seu Amor,
tal como Francisco...
Entremos na construção deste Templo santo,
deste Corpo Místico que é a Igreja e que
tem como cabeça o próprio Senhor
Jesus Cristo!

Oração de S. Francisco

Diante do Crucifixo de São Damião
Ó glorioso Deus altíssimo ilumina as trevas do meu coração, concede-me uma fé recta, uma esperança firme, e um amor perfeito. Mostra-me, Senhor, o recto sentido e conhecimento, a fim de que possa cumprir o sagrado encargo que na verdade acabas de dar-me. Amen.

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Mártir do Vosso Amor, ó meu Deus!...


Acto de oferecimento ao Amor Misericordioso

Ó meu Deus! Trindade Bem-aventurada! Desejo amar-Vos e fazer‑Vos amar, trabalhar pela glorificação da Santa Igreja, salvando as almas que estão na terra, e libertando as que estão no Purgatório. Desejo cumprir plenamente a vossa vontade, e chegar ao grau de glória que me preparastes no vosso Reino; numa palavra, desejo ser santa. Mas conheço a minha impotência, e peço-Vos, ó meu Deus, que sejais Vós mesmo a minha Santidade.
Já que Vós me amastes até me dardes o vosso Filho único para ser o meu Salvador e o meu Esposo, os tesouros infinitos dos seus méritos são meus: ofereço-Vo-los com alegria, suplicando-Vos que não olheis para mim senão através da Face de Jesus e no seu Coração ardente de Amor.
Ofereço-Vos também todos os méritos dos Santos (que estão no Céu e na terra), os seus actos de Amor, e os dos Santos Anjos. Finalmente, ofereço-Vos, ó Bem-aventurada Trindade, o Amor e os méritos da Santíssima Virgem, minha querida Mãe: é a ela que entrego o meu oferecimento, pedindo-lhe que Vo-lo apresente.
O seu divino Filho, meu Esposo Bem-amado, nos dias da sua vida mortal, disse-nos: «Tudo o que pedirdes ao meu Pai em meu nome, Ele vo-lo concederá!». Tenho, portanto, a certeza de que atendereis os meus desejos.
Bem sei, ó meu Deus, quanto mais quereis dar, mais fazeis desejar. Sinto no meu coração desejos imensos, e é com confiança que Vos peço que venhais tomar posse da minha alma. Ah! não posso receber a Sagrada Comunhão tantas vezes quantas desejo, mas, Senhor, não sois Todo-poderoso?... Ficai em mim, como no Sacrário. Nunca Vos afasteis da vossa hostiazinha...
Quereria consolar-Vos da ingratidão dos maus, e suplico-Vos que me tireis a liberdade de Vos desagradar. Se, por fraqueza, cair algumas vezes, que logo o vosso divino olhar purifique a minha alma, consumindo todas as minhas imperfeições, como o fogo, que transforma em si próprio todas as coisas...
Agradeço-Vos, ó meu Deus, por todas as graças que me concedestes, especialmente por me terdes feito passar pelo crisol do sofrimento. Será com alegria que Vos contemplarei no último dia, levando o ceptro da Cruz. Já que Vos dignastes dar-me em herança esta Cruz tão preciosa, espero parecer-me convosco no Céu, e ver brilhar no meu corpo glorificado os sagrados estigmas da vossa Paixão... Depois do exílio da terra, espero ir gozar de Vós na Pátria, mas não quero acumular méritos para o Céu, quero trabalhar só por vosso Amor, com o único fim de Vos agradar, de consolar o vosso Coração Sagrado, e de salvar almas que Vos amarão eternamente.
Na noite desta vida, aparecerei diante de Vós com as mãos vazias, pois não Vos peço, Senhor, que conteis as minhas obras. Todas as nossas justiças têm manchas aos vossos olhos. Quero, portanto, revestir-me com a vossa própria Justiça, e receber do vosso Amor a posse eterna de Vós mesmo. Não quero outro Trono, nem outra Coroa, senão Vós, ó meu Bem-amado!...
Aos vossos olhos, o tempo não é nada: um só dia é como mil anos; podeis, portanto, num instante, preparar-me para aparecer diante de Vós...
A fim de viver num acto de perfeito Amor, ofereço-me como vítima de holocausto ao vosso amor misericordioso, suplicando-Vos que me consumais sem cessar, deixando transbordar para a minha alma as ondas de ternura infinita que estão encerradas em Vós, e que assim eu me torne Mártir do vosso Amor, ó meu Deus!...
Que este Martírio, depois de me ter preparado para aparecer diante de Vós, me faça, enfim, morrer, e que a minha alma se lance, sem demora, no eterno abraço do vosso Amor misericordioso...
Quero, ó meu Bem-amado, a cada palpitação do meu coração, renovar-Vos este oferecimento um número infinito de vezes, até ao momento em que, desvanecidas as sombras, possa reafirmar-Vos o meu Amor num face-a-face eterno!...


S. Teresa do Menino Jesus e da Santa Face

Ser santo...


Ser santo é amar... é amar como Deus, é amar com o nosso coração unido ao de Jesus Cristo, ou melhor ainda, com o Seu!, o Seu em nós! Este amor, para chegar a ser verdadeiro, autêntico, tem de passar por várias provas, a uns de uma maneira a outros de outra... Porque «O Senhor flagela os que d' Ele se aproximam», purifica, santifica aquele que reconhece como filho, não para seu mal, é claro, mas para que este se desenvolva e cresça em maturidade, em santidade, para que atinja a gloriosa liberdade dos filhos de Deus e seja perfeito na Caridade. Só o Amor Misericordioso de Deus pode operar na alma, só o Seu Espírito pode acender na alma a chama do puro Amor e transformar os corações... Só Ele pode infundir Fortaleza para perseverar na fidelidade à Sua eterna aliança nos momentos de "noite" - de dúvidas, de temor, de apatia, de tribulação e tentação. Pode-se tropeçar..., cair..., mas o Amor misericordioso de Deus levanta-nos das regiões da morte, pega em nós ao colo, faz-nos repousar no Seu Coração e gozar da suavidade da Sua Paz... E, como dizem os místicos, fere... fere de amor e logo..., logo se esconde... E para quê? Para que o desejo aumente com a espera, se fortaleça e se torne autêntico... É o sofrimento de quem julga amar pouco, quando já tanto ama; é o saber-se tão miserável e indigno de tantos dons e graças; são ânsias infinitas de amar Jesus, de Lhe dar almas, de desejar a própria morte para estar com o seu Senhor, onde finalmente o poderá amar plenamente e O verá tal como Ele é. Talvez seja assim o martírio de Amor... Não importa saber... O que importa é amar... «No Coração da minha Mãe a Igreja eu serei o Amor» (S. Teresinha).

Aumenta, Senhor, o meu Amor!...
Transforma-me no Teu Amor!
Consome tudo o que é pecado,
que é infidelidade...

Torna-me fiel: Tua, inteiramente!
para sempre!... Amen.