terça-feira, 12 de julho de 2011

Tratado sobre o «pequeníssimo» caminho de amor_I

1. Em que consiste o primado do acto de amor?

1. O acto de amor participa da proeminência soberana da virtude teologal da caridade, rainha de todas as virtudes enquanto sustenta, vivifica e aperfeiçoa todas as outras. A fé e a esperança são irmãs da caridade, mas acabam à porta da eternidade, porque a fé é substituída pela visão e a esperança pela posse; só o amor entra e alcança a plenitude no Céu (cf. 1Cor 13, 8.13).

2. O acto de amor é também o mais santificante, porque mais directamente e mais intimamente nos une a Deus, santidade infinita (cf. 1 Jo 4, 16).

3. Pelo mesmo motivo, o acto de amor é também o mais apostolicamente fecundo em ordem à salvação das almas.


2. Qual é o valor de um acto de amor perfeito?

1. Um acto de perfeito amor de Deus reconcilia imediatamente a alma com Deus, até a mais carregada de pecados graves, mesmo antes da absolvição sacramental, desde que tenha vontade de se confessar (cf. Concílio de Trento, Sessão XIV, cap. IV).

2. Por maioria de razão, o acto de amor perfeito nos purifica dos pecados leves (cf. 1Pd , 8).

3. Depois de uma culpa grave, o acto de amor perfeito (acompanhado da vontade de se confessar) pode devolver-nos imediatamente com a graça santificante, os nossos méritos que tinham sido perdidos e permite-nos adquirir novos, o que não poderíamos fazer, mesmo com as nossas obras boas, enquanto estivéssemos em estado de pecado.

4. O acto de amor perfeito, como qualquer acto sobrenatural, diminui as penas do purgatório e também pode obter a remissão completa, se for realizado com um fervor e uma perfeição, cuja medida só o Senhor pode conhecer (cf. São Tomás de Aquino, Summa Theologica, Suppl. q. 5. ar. 2, 3).

5. Cada acto de amor perfeito desenvolve cada vez mais um estado de união entre Deus e a alma e, portanto, a vida divina na alma.

6. Tanto cada acto de amor perfeito, como qualquer acção sobrenatural, provoca um aumento de graça santificante. Por outro lado, isto valoriza cada vez mais todas as nossas acções e, além disso, alcança-nos um aumento de glória eterna no Céu.


- Pe. Lorenzo Sales in O Coração de Jesus ao Mundo


Consolata Betrone, ora pro nobis!



4 comentários:

Jorge disse...

Gosto especial da parte ( acompanhado da vontade de se confessar) =)

Mariam disse...

Jorge,

Esta VONTADE de se confessar expressa uma disposição - uma vontade - resoluta, determinante, em a pessoa se confessar com a maior brevidade possível. Sem esta disposição, a graça santificante de Deus, penso eu, não pode actuar, pois o coração da pessoa está fechado a ela, não está arrependido nem a vontade disposta a formular santos propósitos de emenda e de conversão de vida, sem os quais não é possível haver uma real reconciliação com Deus no sacramento da penitência...

Portanto, uma vontade débil ou um desejo inconstante, de nada adianta...

A vontade referida no texto é uma vontade forte, coerente, determinada...

Santa confissão, sem adios!!!!!!! O "outro" é muito esperto para arranjar outras coisas com o objectivo de afastar a pessoa de tão ditoso sacramento.


Pax Christi!

Anónimo disse...

Muito obrigado Mariam por trazer aos nossos corações tão sublime caminho, possível de se percorrer somente aos que se deixam fazer pequenos e esquecem do "saber humano" e como crianças se lançam ao colo Paterno de Nosso Deus como pequeninas criancinhas. Este caminho é de suma importância não só pelo seu conteúdo, mais ainda porque veio diretamente de Deus e foi revelado à Sua Serva Consolata Betrone.

A PAZ!

Anónimo disse...

Muito obrigado Mariam por trazer aos nossos corações tão sublime caminho, possível de se percorrer somente aos que se deixam fazer pequenos e esquecem do "saber humano" e como crianças se lançam ao colo Paterno de Nosso Deus como pequeninas criancinhas. Este caminho é de suma importância não só pelo seu conteúdo, mais ainda porque veio diretamente de Deus e foi revelado à Sua Serva Consolata Betrone.

A PAZ!