domingo, 26 de setembro de 2010

A linguagem do corpo (por Christopher West)


Para todos: catequistas, pais, jovens, casais, celibatários, etc. 




5 comentários:

HPA disse...

Sobre os perigos da chamada "teologia do corpo", e particularmente desse senhor, o blogue "Athanasius contra Mundum" (bloque que não recomendo em geral), é eloquente:

http://athanasiuscm.blogspot.com/2009/07/dangers-of-theology-of-body-part-i.html

E o autor está longe de estar só. Veja-se por exemplo, a notícia:

«Renowned Catholic thinker Dr. Alice von Hildebrand has criticized Theology of the Body speaker Christopher West, saying his approach has become too self-assured. She criticized his presentations as irreverent and insensitive to the “tremendous dangers” of concupiscence.

(...)

Before the Fall, there was no inner temptation to impurity between Adam and Eve even though they were naked, she explained. After they sinned, the two started to look at one another with concupiscence.

The Fall had consequences that are “so serious” that it was only the Redemption and the grace of God could remedy.

The fight against concupiscence is “not an easy process,” Dr. von Hildebrand continued. “It is something that calls for holiness, which very few of us achieve. It is a sheer illusion to believe that by some sort of new technique we can find the solution to the problem.”

While one can lead a holy life in marriage, she said to become a saint is “a long and difficult process that calls for a spirit of penance, a readiness to sacrifice.”

“The tragedy of original sin is that all the beautiful male qualities of strength, courage, objectivity, nobility, a chivalrous attitude towards women, degenerated. The danger created by original sin is that many men use their strength and become brutal and abuse women or look at women as mere objects of pleasure.

“Eve was also profoundly affected by original sin,” she added.

“To my mind the conflict between man and woman can only be healed by striving for holiness,” she said. “There are many things Christopher West does not mention.”»

In Christo Rege,

HPA

Dulce Gomes disse...

Olá Mariam
Querida amiga, ontém vi este video 2 vezes, comecei a comentar e um imprevisto me fez desistir, hoje voltei e vi de novo. Vou tentar dizer algo embora sejam muitas as questões numa só.estão interligados no relacionamento entre duas pessoas, sim, mas são muitas as nuances que se abordam neste video e cada uma daria uma discussão enorme:)

Mas de maneira geral e independentemente de tudo acho que uma relação é abençoada por Deus quando as duas pessoas vivem um amor verdadeiro onde o respeito e os valores estejam sempre presente e a pautar a sua relação.

Eu já levo 31 anos de casamento e apenas há 3 meses me casei na igreja( o Senhor concedeu-nos essa graça) no entanto sempre nos sentimos abençoados por Deus Pai. Deus é misericórdia e sabe o que habita nos nossos corações e entende... e perdoa... e ama...
Muitas vezes erramos o alvo? sim! Mas será que Deus Pai não entende alguns erros de pontaria?

Não me vou alongar porque a partir daqui iria entrar num aprofundamento de questões isoladas e penso que devo falar no geral.

Concluo dizendo que ao longo do tempo muitos foram os vlores que se perderam, porém, penso que o principal que devemos fomentar é que duas pessoas que se escolhem, se amam e o fazem para toda a vida, lutem por isso mesmo, com base no respeito e no amor que os une. Se assim for penso que Deus lhes sorrirá e abençoará a união...
Abraço-te em Cristo e Maria

Mariam disse...

Hugo,

A primeira vez que ouvi falar da Teologia do Corpo foi, mais ou menos, há cerca de cinco anos, através da agência de notícias Zenit. Posso dizer que bastou, apenas, ler o tópico e, depois, toda a informação, para ficar deveras chocada, horrorizada mesmo… A minha fé estava, então, a ser muito provada… O ambiente universitário-teológico que na altura frequentava não era dos melhores e os teólogos que estavam a tentar denegrir a verdadeira fé, com as suas teses heréticas, muito me desolaram, bem como os maus testemunhos de vida ou de palavra - subjectivas -, noutros lugares.

Mas, com a graça de Deus, resisti e, creio eu, amadureci.

Cheguei mesmo a associar a Teologia do Corpo às “trevas na Santa Igreja” e a recordar-me daquele conhecido aviso de S. Paulo, onde alerta para o perigo de, tendo começado nós a caminhar no Espírito, virmos a acabar na carne…

Porém, esta minha reacção deveu-se ao pouco aprofundamento na matéria e, talvez à pouca maturidade na fé e no “conhecimento” de Deus (se é que alguém pode dizer conhecê-l’O ainda que infimamente). O mal é um mistério… Claro que o pecado original colocou toda a natureza do ser-humano em desordem e entrou nele a concupiscência, claro que sim, e nem me parece que a Teologia do Corpo ignore esta realidade. Pelo contrário, promove, quer entre os jovens, quer entre os casais, a vivência da castidade em detrimento de uma sexualidade desregrada. Claro que naqueles – nos primeiros – a vivência da castidade tem de ser total, tendo em conta o estado de vida, obviamente. Parece-me que, por detrás das críticas à Teologia do Corpo está um farisaísmo sem sentido (assente, até, diria eu, numa clara tendência homossexual ainda que camuflada) incapaz de perceber a beleza e a sacramentalidade do matrimónio (quer queiramos quer não: é um sacramento). Eu sou celibatária – com muita alegria! – mas, se descurasse a beleza do santo matrimónio cairia numa auto-suficiência e num orgulho desmedidos! Que disse Deus no princípio, que ordem deu Ele ao homem e à mulher? «Crescei e multiplicai-vos». Disse. Está dito. Claro que também podemos interpretar este apelo como uma advertência a não cairmos na esterilidade de uma vida sem Amor a Deus e aos irmãos, sem Fé, sem o cultivo dos dons que o Senhor nos deu, na Sua imensa bondade e misericórdia.

Será a Teologia do Corpo uma “novidade”? Não me parece. S. Paulo (e outros, como o profeta Oseias), utiliza a imagem da união matrimonial entre o homem e a mulher, o marido e a esposa, para prefigurar a união entre Cristo Jesus e a Santa Igreja, nascida do lado aberto do Senhor, tal como Eva do lado de Adão… A novidade, se é que assim podemos chamar, está na maneira de abordar o tão atacado tema da sexualidade. Não se trata de reprimir, de dizer: «não tomes, não proves, toques» (Cl 2, 21), mas antes de, através da beleza de Deus Criador e da sua obra, da descoberta do Amor infinito de Deus por cada criatura criada à Sua «imagem e semelhança», e da beleza dos dois principais estados de vida a que Ele nos chama: vida matrimonial selada pelo santo sacramento do matrimónio e vida consagrada, destacando-se o diaconado e o sacerdócio com o sacramento da Ordem, a pessoa optar por pautar a sua vida segundo as normas da Santa Igreja por AMOR, por Amor a Deus nosso Senhor.

A Teologia do Corpo não obscurece a beleza da vida consagrada! Fazendo eco das palavras proferidas por João Paulo II, nas suas catequeses, ela relembra que o corpo torna visível o invisível e que os casais são expressão desse Amor eterno e infinito de Deus; e que os consagrados prefiguram, antecipam, os bens eternos, os verdadeiros, os imutáveis!

(continua a seguir...)

Mariam disse...

Mais: os 10 mandamentos não se resumem ao sexto e nono… Prejudicar o próximo, o meu semelhante, mediante a sua maior ou menor intensidade, pode ser tão grave quanto uma relação sexual fora do santo sacramento do matrimónio ou como a imoderação e o desrespeito entre um casal. Já conheci pessoas casadas muito mais dadas, muito mais caridosas e coerentes com os valores cristãos do que algumas pessoas unidas a Deus por votos… Sim, com muita tristeza o digo… Claro que conheço bons exemplos, graças a Deus, mas… Uma pessoa que vive a sua castidade de modo integral vive-a para ser um DOM para os outros, não para se fechar em si mesma num egoísmo estéril e “maligno”, nem para crucificar nos outros as suas inúmeras frustrações. Não. Um consagrado tem de amar sempre e a todos, e a todos ajudar dando-se, rezando, sacrificando-se, por Cristo, com Cristo e em Cristo,e amá-Lo sempre em verdade, pureza, inteiramente… E, os casais, igualmente, porque mesmo eles, evidentemente, para chegarem à santidade, e como criaturas humanas têm sempre necessidade de oração, dos sacramentos, de uma vida unida a Deus, porque os seus corações só poderão saciar-se plenamente no Coração Santíssimo de Deus…

In Corde Iesu

Mariam disse...

Querida Dulce,

Agradeço muito o teu testemunho! Que sejas muito feliz, muito unida e fiel ao teu querido marido, e que a tua família seja sempre muito abençoada! É o que eu desejo para ti - muito - e para todos os casais e consagrados (estes noutro plano, em relação a Deus e aos irmãos).

Gostei muito da concepção que fazes do Amor vinculando-lhe o respeito. De facto, são indissociáveis: sem respeito não pode haver verdadeiro amor.

Bem-haja pela tua partilha!

Um grande abraço em Cristo e Maria!